É baba...

Como tapar buracos e chatear políticos

Renato Nunes
Para o Julinho Mendes, pro Sidney Borges, pro Luiz Moura e para todos que ultimamente escrevem indignados sobre nossos buracos viários, tenho uma sugestão a fazer. Podem existir outras, mas essa é a mais adequada para uma cidade que um dia pensou que o uso racional dos recursos da natureza fosse a salvação de sua economia e a marca promocional de sua identidade.

Pode parecer piada, mas a solução para os problemas da buraqueira das ruas de terra de Ubatuba está na baba dos cupins. Alguém já viu casa de cupim, aqueles morrotes duros que existem no meio dos pastos das fazendas pelo interiorzão do Brasil, se desmanchar depois de um bom pé d’água? Quando cai um toró no campo os raios derrubam mangueiras, a enxurrada carrega tudo que vê pela frente, desmancha casebres, cava valas fundas levando a terra pra dentro dos rios. Um estrago total. Depois da tormenta, o que sobrou inteiro? Os cupinzeiros.


Úmidos mas intactos. Estranho, né?

Intrigados com esse fato, alguns curiosos, e não consegui saber quem, decidiram examinar o que havia de diferente naquela terra amontoada de forma organizada pelos cupins. Pesquisas de laboratório concluíram que os grãos de terra rolados pelas patas e pela boca dos cupins eram encapsulados pela baba daqueles insetos. O passo seguinte foi constatar que a baba por eles expelida produzia uma enzima que alem de garantir a firme união entre os grãos os tornava impermeáveis.

Eureka!!!!

A natureza mais uma vez deu a pista. Sintetizaram a enzima em laboratório, fizeram testes com excelentes resultados, e hoje qualquer um pode comprar a tal baba de cupim em tambores de 200 litros.


O processo de aplicação é facílimo e barato.

Equipamento necessário: um caminhão pipa cheio d’água para receber o produto, um trator pequeno que puxe um arado de disco para revolver a terra da rua que se pretende consertar, um rolo compactador. Esse equipamento pode ser fornecido pela prefeitura; a terra já está no local, só não pode conter areia; o resto é mão de obra que pode ser comunitária. Molhou, esparramou, compactou, pronto, piso firme por muitos anos.

Para consertos ou abertura para passagem de tubulações, basta molhar a terra e compactar novamente.

Essa solução é usada em vários paises para tratamento de estradas vicinais, loteamentos rurais ou parques. Se tiver uma pequena sarjeta de concreto para proteção das beiradas, a coisa fica melhor ainda. A base da Rodovia Carvalho Pinto foi tratada com esse produto.

Em 1997 quando fui secretário de arquitetura e o engenheiro Cleber o secretário de obras, nos empenhamos para introduzir em caráter experimental essa técnica em algumas vias, porém o poder público não viabilizou os meios para isso. Faço então a segunda sugestão aos interessados: evitem o poder público.


Os moradores, no interesse legítimo da melhoria de seus bairros, devem se organizar para uma ação comunitária, como os cupins, as formigas e as abelhas; ao poder público só interessam as ações eleitorais.

Para mais detalhes consultem o site BASEFORTE, e boa sorte.


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Comentários

Anônimo disse…
Na próxima eleição, vou votar no cupim !!!!!
Eh....Viva o cumpim !!!!!
Fora Eduardo César !!!!
Anônimo disse…
Existe semelhanças entre os dois.
Se alastram de maneira furtiva. Quando você descobre o estrago, geralmente é tarde. Outro ponto comum: Na surdina, os dois constroem "sociedades" paralelas. Porém há uma grande diferença! A baba do Cupim possue utilidade. Quanto a Eduardo Cesar, nem mesmo a ciência, encontrou utilidade até o momento.
Chaves disse…
Se baba de chupim tivesse utilidade, os comissionados poderim justificar seus salários.

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