Coluna do Celsinho

Palhaço

Celso de Almeida Jr.
Quando criança, gostava da revista Recreio.


Lembro que montei um Circo, recortando e colando o picadeiro, a lona, os artistas, o vendedor de doces, os animais adestrados, tudo de papel, tipo cartolina.

Eu realmente mergulhava naquela fantasia.

Que recordação bacana...

O palhaço tinha um brilho especial.

Aquele colorido...

Quanta inocência, não é mesmo leitor paciente?

Hoje, como cidadão brasileiro, ubatubense de coração, sinto-me um personagem deste grande circo que é a nossa nação.

Qual personagem?

Consegue adivinhar, leitor perspicaz?

Veja as mazelas dos governos, tributando o empresariado e a classe média até o insustentável.

Imagine a fortuna que se gasta em propaganda, mostrando uma plástica de primeiro mundo, disfarçando alarmantes indícios de corrupção.

Repare na garotada sem nenhum limite, com pais atordoados, que se orgulham da esperteza dos pimpolhos.

E as menininhas - grávidas aos doze - ostentando o troféu pra vovó criar.

O vovô? Coitado... Pegou o empréstimo consignado para ajudar o genro, pagando aqueles jurinhos que o governo insiste em dizer que é baixinho, numa escancarada agiotagem oficial.

Falo dos políticos?

Melhor não, né?

Hoje é sexta-feira, dia do brasileiro encher a cara, montar no carro financiado, acelerar bastante e – se sortudo - chegar em casa; dormir feliz...

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