Brasileirão

Petkovic, craque

Sidney Borges
Eu não sou fanático por futebol. Gosto, sou brasileiro, mas não tenho paciência para ver jogos na íntegra. Nem mesmo quando meu time está na disputa consigo ficar em frente à televisão. Prefiro ler, ouvir música e, com a televisão sem som, de vez em quando dar uma passada d'olhos. Ontem vi uma parte do jogo do Flamengo. Vi e revi o primeiro gol de Petkovic. Depois fui para a internet e continuei apreciando o toque sutil que matou a defesa palmeirense.
Os craques esmeraldinos aparentaram surpresa.
Entreolhavam-se com cara de ponto de interrogação. O que foi aquilo. Eu não esperava. E você? Eu também não. Ninguém bate na bola daquele jeito. Devia ser proibido.
Terminada a partida, na coletiva de imprensa, um jornalista perguntou ao técnico do Palmeiras:
- Quem você escalou para marcar Petkovic?
Muricy:
- Emilson
Jornalista:
- Você acha que ele fez um bom trabalho?
Muricy:
- Acho.
Jornalista:
- Mas e o lance do gol?
Muricy ficou uma fera, perdeu a paciência e não respondeu de forma educada. Está errado, mas é humano. Empresas jornalísticas iscam seus repórteres para provocar. A informação é o que menos importa. Querem sensacionalismo. Quem viu o jogo e tem um mínimo de noção futebolística sabe que ninguém poderia ter impedido a confecção do tento. Salvo se cometesse pênalti. Petkovic é craque e quando o craque tem um momento de inspiração o futebol vira magia. O gol foi exatamente isso, uma rara pintura.
Muricy precisa ter paciência. Quem ganha quatrocentos mil reais por mês não pode perder a têmpera. Mas ontem ele teve razão. O jornalista que perguntou deve ser transferido para a sessão de turfe.

Twitter

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu