Pensata dominical
Devagar se vai ao longe...
Sidney Borges
O domingão ensolarado começou bem. Rubens Barrichello ganhou. Sempre torço por ele, sou teimoso, talvez conservador seja a palavra mais apropriada. Não em tudo, em política sou progressista, acredito que mudanças possam trazer benefícios, mas em Fórmula 1, brinquedinho de meninos ricos, gosto de ver Rubinho na frente.
Ontem na Folha uma esforçada jornalista, que suponho tenha diploma, contou da viagem à Europa no Learjet de Rubinho. Segundo ela o avião foi comprado da Embraer em condições especiais, senão não teria havido negócio. Rubinho é assim mesmo, não brinca com dinheiro, recusou-se a pagar dois reais por um chocolate Alpino. Eu não sabia que a Embraer vende Learjets, ler jornal é bom por isso, expande a mente, alarga horizontes. Pode ter sido um Learjet usado que entrou em algum negócio com jatos da empresa.
Quando ficar rico vou comprar um Learjet da Embraer. Usado, porém quase novo, igual ao Corsa aqui de casa, velho, mas cumpridor dos deveres. Igual ao dono. E ao cachorro do dono, o talentoso Brasil.
Para ficar rico preciso ser contratado pela Petrobras. Tenho feito esforço em agradar ao governo, escrevo todos os dias que Lula é bonito e que Dilma já ganhou. O emprego vai pintar, tenho certeza, com a descoberta do pré-sal e a conseqüente duplicação da produção petrolífera, que segundo o comercial da Petrobras que está no ar vai acontecer em pouco tempo, haverá muitas oportunidades neste Brasil varonil.
Pergunta! O que é pouco tempo? Vou ficar rico logo ou vai demorar?
Dizem por aí que o gorducho Delfim Netto, socialista fabiano, homem de esquerda, mencionou o ano de 2080 ao se referir ao pré-sal. Não sei se estarei presente, dos que hoje fazem parte do espetáculo talvez só Oscar Niemeyer testemunhe a abundância.
A Rede Globo falou em obras paradas em Ubatuba. Deveria ter se referido a ritmo não acelerado, coisa dos trópicos. Devagar é diferente de parado, embora movimento e repouso sempre dependam do referencial adotado.
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Sidney Borges
O domingão ensolarado começou bem. Rubens Barrichello ganhou. Sempre torço por ele, sou teimoso, talvez conservador seja a palavra mais apropriada. Não em tudo, em política sou progressista, acredito que mudanças possam trazer benefícios, mas em Fórmula 1, brinquedinho de meninos ricos, gosto de ver Rubinho na frente.
Ontem na Folha uma esforçada jornalista, que suponho tenha diploma, contou da viagem à Europa no Learjet de Rubinho. Segundo ela o avião foi comprado da Embraer em condições especiais, senão não teria havido negócio. Rubinho é assim mesmo, não brinca com dinheiro, recusou-se a pagar dois reais por um chocolate Alpino. Eu não sabia que a Embraer vende Learjets, ler jornal é bom por isso, expande a mente, alarga horizontes. Pode ter sido um Learjet usado que entrou em algum negócio com jatos da empresa.
Quando ficar rico vou comprar um Learjet da Embraer. Usado, porém quase novo, igual ao Corsa aqui de casa, velho, mas cumpridor dos deveres. Igual ao dono. E ao cachorro do dono, o talentoso Brasil.
Para ficar rico preciso ser contratado pela Petrobras. Tenho feito esforço em agradar ao governo, escrevo todos os dias que Lula é bonito e que Dilma já ganhou. O emprego vai pintar, tenho certeza, com a descoberta do pré-sal e a conseqüente duplicação da produção petrolífera, que segundo o comercial da Petrobras que está no ar vai acontecer em pouco tempo, haverá muitas oportunidades neste Brasil varonil.
Pergunta! O que é pouco tempo? Vou ficar rico logo ou vai demorar?
Dizem por aí que o gorducho Delfim Netto, socialista fabiano, homem de esquerda, mencionou o ano de 2080 ao se referir ao pré-sal. Não sei se estarei presente, dos que hoje fazem parte do espetáculo talvez só Oscar Niemeyer testemunhe a abundância.
A Rede Globo falou em obras paradas em Ubatuba. Deveria ter se referido a ritmo não acelerado, coisa dos trópicos. Devagar é diferente de parado, embora movimento e repouso sempre dependam do referencial adotado.
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