Televisão

Grandes Entrevistas do Milênio

Julio Daio Borges (original aqui)
Quando Paulo Francis era vivo, existiam dois programas obrigatórios na TV brasileira. Um era o Manhattan Connection, com ele, nos domingos à noite; outro era o Milênio, em que entrevistava personalidades, mundiais, no GNT. Em vez de jogadores de futebol, celebridades em ascensão e “gente de televisão”, verdadeiros artistas, importantes pensadores e grandes realizadores. É o que comprova a coletânea do Milênio, lançada agora pela Globo, com entrevistas feitas por Francis, Edney Silvestre e William Waack, entre outros.

Paulo Francis comparece entrevistando John Updike (que também já se foi) e John Kenneth Galbraith (pena que não incluíram aquela outra com Norman Mailer). E Francis é, igualmente, entrevistado, por Geneton de Moraes, quando lançava seu Trinta anos esta noite. Grandes momentos com Eric Hobsbawm, falando sobre o Brasil de FHC; Oliver Sacks, rogando para nunca mais ser representado em tela grande; Christopher Hitchens, mais afiado do que em seu livro, Deus não é grande; Alain de Botton, sobre filosofia, óbvio; e Allen Ginsberg, em sua última aparição na telinha, antes de morrer.

Algumas entrevistas não envelheceram bem, como a de Bill Gates, em que fala com segurança do futuro da Microsoft, nem sonhando com o Google... De qualquer forma, a TV brasileira, muito possivelmente, nunca foi tão profunda. Milênio é um alento para quem está cansado de ver pastores eletrônicos, reality shows e programas de auditório.

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