Literatura
Compositor / Escritor
Sidney Borges
O colunista de Veja, Diogo Mainardi, ousou tocar em um intocável. Colocou em xeque a literatura de Chico Buarque de Holanda, compositor de sucesso e sonho erótico de nove entre dez mulheres entre quarenta e oitenta e cinco anos. Sou fã do compositor/cantor Chico Buarque. Tenho quase todos os discos dele, bolachões de vinil, a maioria mofados.
Em Ubatuba tudo estraga, meu Macintosh Classic de 1990 estragou, minhas malhas de puro cashmere viraram comida de traças, meus sonhos de política limpa foram pro ralo.
Literatura é diferente de música. É difícil tocar a sensibilidade através de romances, a música tem canal direto. Basta ouvir uma modinha que nos remeta às cantigas da infância e as cordas ressoam. No mínimo ficamos nostálgicos. Com o terreno preparado e versos românticos embalados por melodia de fácil decifração logo ressurrgem amores, musas e sonhos.
Não estou com isso menosprezando compositores, é preciso talento para emocionar o povo e ganhar a dinheirama que eles ganham. Chico é milionário. Colaborei para isso comprando seus discos.
Quanto ao Chico escritor, confesso que tentei. Como tentei ler e apreciar Paulo Coelho e Bernardo Carvalho, autores badalados pela mídia. Comecei a ler os três. Cada leitor tem as suas peculiaridades, eu preciso participar da história, me identificar com a trama, sofrer, me alegrar, me apaixonar. A imersão ganha forma nas primeiras páginas, digamos por volta das dez primeiras, que comparo à decolagem de um avião.
Não consegui ler Chico Buarque, comecei uma vez, comecei outra vez, fiz uma terceira tentativa e não deu. A decolagem foi abortada. Continuo escutando as canções de Chico Buarque. Nunca vou deixar de fazê-lo. Elas me remetem à juventude, amores perdidos e correspondidos, musas impossíveis e acessíveis, sonhos não realizados e vitórias. Dei os livros de Paulo Coelho e Bernardo Carvalho de presente. Devolvi o de Chico Buarque que havia tomado por empréstimo. Junto mandei chocolates.
Sidney Borges
O colunista de Veja, Diogo Mainardi, ousou tocar em um intocável. Colocou em xeque a literatura de Chico Buarque de Holanda, compositor de sucesso e sonho erótico de nove entre dez mulheres entre quarenta e oitenta e cinco anos. Sou fã do compositor/cantor Chico Buarque. Tenho quase todos os discos dele, bolachões de vinil, a maioria mofados.
Em Ubatuba tudo estraga, meu Macintosh Classic de 1990 estragou, minhas malhas de puro cashmere viraram comida de traças, meus sonhos de política limpa foram pro ralo.
Literatura é diferente de música. É difícil tocar a sensibilidade através de romances, a música tem canal direto. Basta ouvir uma modinha que nos remeta às cantigas da infância e as cordas ressoam. No mínimo ficamos nostálgicos. Com o terreno preparado e versos românticos embalados por melodia de fácil decifração logo ressurrgem amores, musas e sonhos.
Não estou com isso menosprezando compositores, é preciso talento para emocionar o povo e ganhar a dinheirama que eles ganham. Chico é milionário. Colaborei para isso comprando seus discos.
Quanto ao Chico escritor, confesso que tentei. Como tentei ler e apreciar Paulo Coelho e Bernardo Carvalho, autores badalados pela mídia. Comecei a ler os três. Cada leitor tem as suas peculiaridades, eu preciso participar da história, me identificar com a trama, sofrer, me alegrar, me apaixonar. A imersão ganha forma nas primeiras páginas, digamos por volta das dez primeiras, que comparo à decolagem de um avião.
Não consegui ler Chico Buarque, comecei uma vez, comecei outra vez, fiz uma terceira tentativa e não deu. A decolagem foi abortada. Continuo escutando as canções de Chico Buarque. Nunca vou deixar de fazê-lo. Elas me remetem à juventude, amores perdidos e correspondidos, musas impossíveis e acessíveis, sonhos não realizados e vitórias. Dei os livros de Paulo Coelho e Bernardo Carvalho de presente. Devolvi o de Chico Buarque que havia tomado por empréstimo. Junto mandei chocolates.
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