Brasil

Sarney na fase Paulo Maluf

por Paulo Moreira Leite (original aqui)
A hipótese de que José Sarney pode ser o cliente JS-2 com uma conta no exterior movimentada pelo Banco Santos, de seu grande amigo Edmar Cid Ferreira, marca uma nova fronteira nas denuncias contra o senador.


Não se fala mais de fundação José Sarney nem de emprego de parentes. É coisa muito mais séria.
Os indícios apurados pelo repórter Alexandre Oltramari são variados e fazem sentido.

Num determinado momento, o cliente JS recebe U$ 10 000 em Veneza. Na mesma data, José Sarney se encontra em Veneza, a convite de Edmar Cid Ferreira. Em outro momento, o banco entra R$ 5 000 a JS na Al. Franca, em São Paulo. Sarney tem um apartamento ali. Os nomes e telefones de secretárias e assessores coincidem.

Até o momento, a reação de Sarney tem sido assim: “Isso não me diz respeito.”

Quem sabe?

A menos que todos estes indícios sejam esclarecidos e explicados, o que não ocorreu nem com os desvios — agora quase infantis — descobertos na Fundação Sarney,o presidente do Senado entrará em sua agonia política.

É a fase Paulo Maluf. Talvez não seus advogados digam que não há provas definitivas contra ele. Quem sabe seja possível, sempre, conseguir um novo recurso, uma liminar. Não faltarão amigos para falar que é tudo intriga e lembrar dos esqueletos no armário dos adversários, que também existem, nós sabemos.

Não importa.

Sem explicações claras e convincentes, a credibilidade de José Sarney cairá a zero.

Nessa condição, ele pode até conservar o mandato — como Maluf, que sempre consegue reeleger-se. Mas se tornará incapaz de exercer qualquer função política real.

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