Brasil

A Petrobras e a imprensa golpista

Pedro Doria

Na semana passada, acompanhei atento a conversa entre dois amigos – Sergio Leo e Idelber Avelar – sobre a “imprensa golpista”. Neste domingo, recebi não um, não dois – mas oito emails me perguntando se existe a instituição do “sigilo de pergunta” de jornalistas. Trata-se, evidentemente, do já polêmico blog da Petrobras. Os dois assuntos estão relacionados.

Antes de tudo: não, não existe sigilo de pergunta. A Petrobras, ou qualquer empresa, tem o direito de tornar públicas todas as perguntas que recebe de repórteres. Não é nem ilegal, nem antiético.

É só má assessoria de imprensa.

A Petrobras decidiu comprar uma guerra contra os jornais, quebrando seus furos.

Tem o direito, evidentemente. Do ponto de vista político, escolheu o alvo errado. Não é a imprensa que está em guerra contra a Petrobras. Quem pôs a Petrobras no centro do picadeiro foi a oposição ao governo federal, com o objetivo de fazer chantagem política. A diretoria da Petrobras talvez esteja convencida de que a grande imprensa e a oposição política são a mesma coisa. Mas não são – são bichos com interesses absolutamente diferentes.

Se o único objetivo da Petrobras fosse realmente transparência, era muito simples resolver: publica perguntas e respostas logo após os jornais levarem ao ar suas informações exclusivas.

O pior que uma empresa de assessoria de imprensa pode fazer para seus clientes é perder a relação de confiança com repórteres e editores. Essa confiança, afinal, é o que a sustenta. Lição básica que quem é do ramo conhece. Se pode fazer algum sentido a curto prazo – os suspeitos de sempre vão elogiar, afinal – a médio e longo prazo, tem gente arruinando a própria reputação.

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