Pensata

Sexta feira em Ubatuba

Sidney Borges
Morreu Michael Jackson, o rei do pop. Eu me lembro vagamente da morte do rei da voz, Francisco Alves. Morreu queimado em acidente de carro na via Dutra, naquela época de pista única. Também me lembro da morte de Carmem Miranda e de ver na televisão da casa do tio do meu pai, que era Marques mas não era comunista, o Repórter Esso mostrando a multidão chorosa no enterro.

Por falar em Reporter Esso, o apresentador Kalil Filho era vizinho de bairro. Aos domingos as fãs rodeavam o ponto de ônibus onde ele embarcava no "Praça da República". Imagine só, o apresentador do jornal televisivo campeão de audiência em São Paulo nem carro tinha.

Agora entendo aqueles velhos tempos. Cresci e sobreviví com apenas dois pares de sapatos e um keds. O "vulcabrás" era pra quase tudo, de escola a futebol de rua, tinha outro pra aniversários e casamentos e o keds pras aulas de educação física.

No ônibus cósmico de Jackson vai também Farrah Fawcett, pantera de outrora, moça bonita e cheia de dentes branquinhos.

Desses acontecimentos funestos tiro a conclusão que Sarney deve deixar a presidência do Senado e voltar à prática literária. Antes de ser convocado a habitar o mausoléu. A obra prima "Marimbondos de Fogo" poderá então ganhar continuação e fazer sombra a Paulo Coelho. Tenho uma foto deitado no túmulo de Sarney, tirada em São Luís do Maranhão, em 1997. Como os faraós do Egito o nobre ex-presidente preparou em vida o reduto de descanso eterno. Quando encontrar o instantâneo perdido em meio às gavetas da vida, publicarei.

Leio nos jornais as falas do midiático Curió e lamento pelos rapazes que tombaram heroicamente na guerrilha do Araguaia. Morreram defendendo um ideal, derrubar a ditadura dos militares, de direita, e colocar em seu lugar a ditadura do proletariado, de esquerda.

Quem morre por um ideal é sempre herói, mas eu que sou adepto da democracia abomino ditaduras. Certamente não teria me dado bem em uma ditadura comunista.

Melhor do jeito que está, o presidente proferindo chavões de esquerda enquanto a livre iniciativa segue adiante e os banqueiros nadam de braçada. Sou contra isso, mas o máximo que posso fazer é usar o voto.

Quem sabe um dia o governo entenda que a solução passa pela Educação. Qualquer governo, petista ou tucano, ou até uma terceira opção, improvável, mas possível.

Educação e capitalismo, pois educação sem grana acaba dando em algo semelhante a Cuba, cujo povo é educado e pobre. Cuba não é bom exemplo por se situar em um dos extremos. O oposto não significa virtude, não há justificativa no exagero consumista de americanos e europeus, que exaurem o planeta.

Como diria o Lula de antigamente: menas, menas... Eu disse antigamente, depois que virou "o cara", Nosso Guia balbucia: less, less...

Twitter

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu