Coluna da Sexta-feira

Histórias sem fim

Celso de Almeida Jr.
O Rolando Boldrin contou que um garoto ficava por muitas horas olhando a caipirada pescar.


Um dia, foi abordado por um pescador que lhe ofereceu uma varinha. Este imaginou que realizaria o desejo daquele menino, quase uma estátua, com a mão no queixo, observando.

A resposta foi surpreendente, como normalmente são os “causos” do Boldrin.


O menino agradeceu a gentileza, mas disse que não tinha paciência para aquilo...

Numa entrevista, o Geraldo Alckmin, questionado por Gabriel Chalita sobre o envolvimento dos jovens na vida pública, comentou que a política é uma arte e uma ciência, pois exige paixão pelas pessoas, sensibilidade, amor, muito estudo, dedicação, busca contínua do aperfeiçoamento, ressaltando a complexidade dos assuntos inerentes à gestão pública.

Disse ainda, que participar da política não exige necessariamente ser candidato a vereador, prefeito, etc.

Podemos atuar de alguma forma na rua, no bairro, nas escolas, nas empresas, na imprensa, enfim, exercitando a cidadania.

Lembrei do Boldrin e de sua história.

De certa forma, nós assistimos as ações políticas, estamos mergulhados nelas, sofremos os efeitos delas, mas, quando convocados a participar, respondemos que não temos paciência.

Mas gostamos de assistir o espetáculo, deprimente na maioria das vezes, que os políticos proporcionam.

Vale a pena experimentar pescar?

Creio que para o garoto que ficava na beira do rio por tanto tempo, seria um passo que exigiria pouco esforço.

Vale a pena participar da política?

Creio que para nós, avaliar a intensidade do esforço não vem ao caso.

Temos que nos envolver.

Precisamos opinar. Agir.

Tendo ou não tendo paciência, não nos é facultado o direito de ficar só observando.

O compromisso com as nossas vidas e com as vidas das gerações futuras exige a participação imediata.


Basta escolher um caminho.

E, decididamente, caminhar.

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