Internacional

Espanha responde ao papa Ratzinger: um milhão de preservativos para a África. No Le Mond vinheta Polêmica

Wálter Fanganiello Maierovitch (Clique aqui e leia o original)
Na viagem à África, o papa Ratzinger tem demonstrado a sua obscurantista inclinação lefebvriana com relação ao Concílio Vaticano II e a sua extraordinária capacidade de criar polêmicas, em especial quando nega comprovações científicas.

As suas declarações contrárias à distribuição de preservativos gerou reações duras de governos como da França, Alemanha e Espanha. O premier Zapatero, por exemplo, anunciou que o governo espanhol enviará à África um milhão de preservativos como contribuição na luta contra a Aids.

Para Alain Juppé, ex-ministro francês e assessor em privado o presidente Sarkozy, “ esse papa começa a ser um grande problema, pois vive numa situação de total autismo”.

A posição de Juppé, sobre o “autismo” de ratzinger decorre de um incontestável quadro fático. Ou seja, das 33 milhões de pessoas infectadas pelo vírus “Hiv”, sendo que cerca de 22 milhões delas vivem na África.

Até a Coca-cola, em alguns países da África, já ofereceu em campanha uma camisinha, como brinde aos compradores do refrigerante: pena não ter distribuído graciosamente aos que não podem comprar ou não apreciam a Coca-cola.

Mais ainda, a Comissão européia sediada em Bruxelas (Bélgica), que há tempo recomenda a distribuição de preservativos, já concluiu, por unanimidade, sobre os benefícios decorrentes do uso de preservativos, “por estar cientificamente comprovadas”.

Hoje, os jornais franceses destacam a repercussão da vinheta publicada no dia anterior pelo jornal Le Monde.

A vinheta é do consagrado desenhista Platu, brilhante como os nossos Chico e Paulo Caruso.

Na vinheta aparece, na proa de um barco, Jesus a jogar camisinhas a milhares de pessoas. No canto, o abatido Ratzinger a julgar o ato de Jesus como “ fanfarroinice”. Na popa do barco encontra-se o negacionista bispo Williamson, a dizer: “a Aids nunca existiu”.

Não bastasse, o site do Vaticano corrigiu o papa Bento XVI. Tira da sua manifestação o termo “ preservativo” e coloca na sua boca “ profilático”.

O assessor de imprensa do Vaticano, padre Lombardi, lembrou que o papa Woytyla tinha a mesma posição. Só esqueceu de dizer da sua habilidade, de modo, nas viagens, a promover uniões e não polêmicas.

O ministro das relações exteriores deu a resposta de uma França laica ao concluir que a posição do papa Ratzinger, sobre preservativos a causar danos, “revela pouca compreensão da real situação da África”.

A réplica do papa Ratzinger não surpreendeu: - “ A resposta está na Igreja”, ao se referir ao preservativo como “estímulo a um comportamento sexual irresponsável”. O papa acrescentou: - “Acho que a Igreja católica com as suas estruturas, comunidades e movimentos, representa o caminho mais forte e eficiente na luta contra a Aids”.

A organização não governamental Médicos do Mundo alertou que o papa coloca em dúvida conclusões definitivas e representadas por anos de pesquisas científicas e de trabalho em campo. A agência da ONU sobre o fenômeno da Aids reafirmou que o uso de camisinhas representa uma resposta de peso na estratégia preventiva.

Por outro lado, o lado lefebvriano do papa Ratzinger está em não concordar com o excesso de sincretismo africano nos ritos da missa católica. O concílio Vaticano II recomendava a adequação para uma melhor aproximação com a comunidade, daí o afastamento do latim. Os lefbvrianos, sobre a liturgia, entendem que o concílio Vaticano II conduzia à apostasia. Pelo jeito, Ratzinger também acha e o levantamento da excomunhãos aos bispos lefebvrianos parece, cada vez mais, ter sido de caso bem pensado.

Pano Rápido. A próxima viagem do papa Ratzinger à Jordânia e Israel promete mais abalos do que os provocado pelos foguetes “qassan” (nome em homenagem a um líder palestino) disparados pelo Hamas contra território israelita. Quem viver, verá.

Comentários

Anônimo disse…
Uma pessoa desavisada,vai acreditar que é só não ser catolico,seguir as receitas da onu,que tudo vai dar certo.
Veja por exemplo a Thailandia,não tem catolicos,segue tudo que a onu e oms mandam e estão com mais de 600.000 infectados,em um pais menor que o estado de minas gerais.

A aids esta explodindo na india e china,paises de cultura e religião totalmente distintas,em comum só a crescente assimilação de habitos ocidentais.

A onu poderia cobrir esses paises de camisinha,incluindo a africa.
Se eles acreditam nisto,façam.
Medicação retroviral então eles nem tocam no assunto,criticas ao papa servem para disfarçar a incompetencia da Onu.
A espanha poderia convencer primeiro os espanhois a usarem camisinha,neste pais que tem mais 2000 contaminados por ano,que distribui medicação retroviral para oitenta mil por ano.
O zapatero parece a sharon stone,que doou 10.000 dolares no forum economico mundial para acabar com a fome no mundo.
Alguem poderia avisar o zapatero que um milhao de camisinhas vai durar 15 minutos.

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