Brasil

Programa ambicioso

Sidney Borges
A fala presidencial em torno da construção de um milhão de casas populares está despertando controvérsias. Antes de ser eleito pela primeira vez Lula prometeu criar dez milhões de empregos. Duvidei, o que me rendeu a inimizade perpétua de petistas de fé.

Tive a ousadia de perguntar de onde viriam os recursos, como seriam os empregos, com carteira assinada, temporários? Me interessavam os detalhes.

Olhares de desaprovação me fuzilaram. Dava para sentir o ódio e ver a baba escorrendo pelos cantos das bocas. Como ousas duvidar do candidato do povo? Se pudessem teriam me torturado e queimado vivo.

Pois é, eu duvidei e se tivesse apostado teria ganho. Não aconteceram os tais dez milhões de empregos, mas a falácia foi suficiente para reeleger Lula, que nasceu pobre e comete erros gramaticais em função da origem humilde.

Outra falácia. Juscelino Kubitschek de Oliveira perdeu o pai na primeira infância, sua mãe era costureira e pedalou arduamente a máquina de costura para sustentar o filho. Juscelino não tinha recursos mas estudou. Primeiro aprendeu telegrafia e depois de empregado formou-se em medicina.

Doutor Juscelino sabia concordância verbal, escrevia e falava corretamente, era educado, fino, um verdadeiro cavalheiro. Foi presidente do Brasil e teria sido reconduzido à presidência em 1965 se não tivesse acontecido o golpe em 1964.

Portanto, quando alguém disser para você que o primeiro presidente do Brasil de origem popular é Lula, saiba que é mais uma peça do folclore que cerca Nosso Guia.

Antes dele existiu Juscelino que nasceu pobrezinho e morreu doutor. E jamais foi visto falando menas.

Quanto ao milhão de casas, é possível, mas vai demandar criatividade. E muita vontade. O programa tem o meu total apoio.

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