Futebol

Elevador

Sidney Borges
Guardadas as devidas distâncias salariais a vida dos técnicos de futebol e dos ascensoristas se parece.


É um eterno sobe e desce, embora a freqüência seja mais intensa no trabalho dos comandantes de elevadores.

Não faz muito tempo, ao ouvir o nome do técnico da seleção a crônica esportiva entoava o mantra: mata, esfola, arranca o fígado. Falo do Dunga, bom moço, esforçado, lutador.

Hoje ele é endeusado, considerado superior ao Felipão, que está em baixa. O valente Gaúcho (Me refiro ao Felipão, Dunga também é Gaúcho) foi demitido de um clube inglês. O time não ia bem, Felipão dançou.

Na velha Albion se pratica um futebol pra lá de esquisito. A coisa parece uma imensa lavanderia de dinheiro russo. Não estou dizendo que é, apenas que parece.

Futebol sem derrotas é impossível. Futebol sem cartolas de vida misteriosa e enriquecimento igualmente obscuro também não existe. Os técnicos surfam na onda das vitórias e fogem do tubarão quando a maré vira.

O que dá para saber é que, por mais que tentem, os europeus sempre serão fregueses. Com um time de última hora enfiamos duas azeitonas goela abaixo dos italianos. O Brasil é a terra do futebol.

Não derramo uma lágrima pelo Felipão, está rico e vive em Londres. Temo pelo emprego dos ascensoristas que serão vitimados pela crise. São pobres e vivem nas periferias das cidades do Brasil. Pelas estatísticas tão violentas quanto o Iraque em guerra.

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