Crise

O lado positivo

Sidney Borges
Ontem jantei com um amigo no ótimo Pato-Loko. A comida compensa o som de Zé Ramalho. Sujeito chato, há quem goste, respeito, mas na mesa onde estávamos ninguém mostrou apreço. Prefiro Dick Farney.

Durante a semana li a coluna da Barbara Gancia na Folha. O tema girou em torno de um curandeiro que realiza cirurgias milagrosas. A colunista é escolada, tem vivência, não é de comprar gato por lebre. Mas acabou entrando na pantomima, relatou um truque que o desmascarador de charlatães, James Randi, faz com a maior facilidade.

As leis universais não admitem exceções. É terrivel ter um parente próximo com câncer. Não há quem não se agarre a qualquer fio de esperança, somos humanos, tememos a morte. No entanto, está fora de questão acreditar que alguém possa realizar cirurgias sem ter sido treinado. É longo o aprendizado dos cursos médicos.

O que mais salta aos olhos é a incoerência dos curandeiros. Randi promete um milhão de dólares a quem mostrar poderes paranormais. Ninguém se candidata, é mais fácil continuar fazendo cirurgias com miudos de galinha à guisa de tumores. Crédulos sempre haverá.

Durante o jantar falamos da crise. Meu amigo esteve em um seminário de uma grande empresa japonesa da qual é revendedor. O tema foi a crise, segundo os executivos da multinacional a coisa é mais feia do que as pessoas supõem.

Um dado interessante. O governo vai fechar o cerco pois precisa arrecadar mais. Hoje é politicamente impossível aumentar impostos, a solução é acabar com a sonegação.

O Leão vai verificar a movimentação financeira de todo mundo, desta vez pra valer.

Ou seja, o sujeito declara ter 20 enquanto gasta 50 no cartão. A fatura vai para a receita federal. Logo o correio bate à porta. De onde sairam os trinta que não foram declarados?

Cuidado comerciantes, não recolher impostos vai dar cadeia.

Quando a nota eletrônica estiver implantada, o que vai acontecer em pouquissimo tempo, quem não estiver com o CPF válido não poderá comprar. Nem pagando à vista.

Certos políticos vão ter de explicar o patrimônio em relação aos salários.

Pobres dos laranjas, aqueles que fingem ser donos das propriedades que os patrões não declaram. Sem comprovar renda vão perder casas, carros e a boquinha. A farra está no fim, sei que estas linhas vão ser lidas com ceticismo e produzir risadas. Que riam, vem chumbo grosso por aí.

Com um agravante, políticos estão acostumados à lerdeza da Justiça.

O Leão não admite recursos, lavra as multas e executa.

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