Coisa de louco

Imprensa suíça diz que Paula Oliveira confessou farsa

Por Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo
Telejornal da noite na emissora Tele Zurich informou nesta quarta-feira, 18, que a advogada brasileira Paula Oliveira já teria confessado à polícia que inventou o caso da agressão por neonazistas. A informação foi dada também pela revista Weltwoche. Citando fontes da polícia, os dois veículos informam que a advogada teria confessado inclusive ser autora dos ferimentos na própria pele.

Paula teria informado que comprou o estilete numa loja chamada Ikea. Os motivos pelos quais a brasileira teria inventado o ataque não foram revelados pela mídia suíça. Nesta quarta-feira, o Ministério Público de Zurique abriu uma investigação criminal contra Paula Oliveira, por suspeita de falso testemunho à polícia. Ela alega ter perdido bebês após ter sido agredida por neonazistas na semana passada.

O Itamaraty disse ao estadao.com.br não ter recebido nenhuma informação de que Paula teria inventado o ataque, mas ressaltou que manterá o apoio consular a brasileira ainda que a versão da imprensa suíça seja confirmada. Mais cedo, o chanceler Celso Amorim reafirmou que, se necessário, o País dará assistência jurídica à advogada.

Segundo o Ministério Público suíço, a investigação aberta nesta quarta-feira ocorre por Paula ter alegado estar grávida, quando exames provaram o contrário. A Justiça vai intimar Paula para que preste depoimento e após ouví-la deverá liberá-la para que retorne ao Brasil. De acordo com a Procuradoria-Geral de Zurique, um advogado já foi indicado para defender Paula e ela aceitou a oferta.

Os promotores querem manter Paula na Suíça, para garantir a presença dela durante a investigação criminal. O passaporte dela e seus documentos legais estão bloqueados. "Esta medida garante que a mulher permaneça na Suíça o tempo que sua presença for necessária para o inquérito e todas as providências da investigação tiverem sido tomadas", afirma o comunicado.

Na terça, a advogada recebeu alta do hospital e voltou para casa. Ela deixou o hospital pela porta dos fundos. Paula afirmou ter sido atacada no último dia 9, nas proximidades de uma estação de trem de Zurique por três skinheads, um deles com um símbolo nazista tatuado atrás da cabeça.

Segundo essa versão, os agressores usaram um objeto cortante para marcar as siglas do Partido do Povo da Suíça (SVP), de direita, integrante da coalizão governista. Além disso, imagens revelaram vários outros cortes em Paula.

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro levantou inicialmente a possibilidade de que a brasileira foi vítima de um ataque xenofóbico. Porém a polícia suíça, após uma série de testes, afirmou que ela não estava com três meses de gravidez, como alegou inicialmente.

O chefe do setor de medicina forense da Universidade de Zurique, Walter Baer, qualificou o incidente como um "caso clássico" de automutilação. Todos os ferimentos estavam ao alcance da mão de Paula e nenhum era profundo ou em áreas particularmente sensíveis, apontou Baer.

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