Energia

Angra 1 inicia parada para troca dos geradores de vapor

No próximo dia 20 de janeiro, a Eletronuclear iniciará processo de redução de potência da Usina Angra 1 para realizar testes pré-desligamento que antecedem a parada para troca dos geradores de vapor (GVs). A Usina deverá sair efetivamente do Sistema Elétrico Brasileiro às 00h05 do dia 24 de janeiro. Trata-se de uma parada programada, em comum acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), com previsão de retorno para 6 de junho.

Foram contratadas firmas nacionais e estrangeiras que irão disponibilizar trabalhadores temporários para dar suporte aos técnicos da Eletronuclear. Durante a fase crítica do projeto, até 2.000 trabalhadores estarão envolvidos na realização das atividades planejadas para o período. Além da troca dos geradores de vapor, a Usina será reabastecida e serão realizadas manutenções diversas, como: revisão das turbinas de baixa pressão; troca do motor da bomba 2 de refrigerante do reator; revisão do regulador de tensão do gerador elétrico; revisão dos geradores diesel de emergência e revisão de diversas válvulas de água e vapor ligadas aos geradores de vapor.

Funcionalidade dos geradores de vapor
Os GVs são equipamentos instalados no sistema primário da Usina e fazem a interface entre os sistemas nucleares e não-nucleares. Eles são responsáveis pela produção do vapor saturado seco para movimentar as turbinas e o gerador de energia elétrica.Cada uma das duas peças tem 4,5 m de diâmetro na parte superior do casco e 20,6 m de comprimento e pesam, em operação normal, 413 t (o peso de cada equipamento vazio é de aproximadamente 330 t). Ainda há 5.428 tubos por onde passa a água a uma temperatura de 303º C.

Motivo da substituição
A troca dos GVs, em Angra 1, foi uma decisão tomada pela Eletronuclear, depois da identificação da predisposição para desgaste da liga metálica utilizada nos tubos dos equipamentos, o que exigia freqüentes testes de sua integridade. Materiais mais resistentes, não susceptíveis à corrosão sob tensão, foram utilizados na fabricação dos novos geradores. Na parte interna, foram soldados 5.428 tubos em U de liga de níquel (inconel 690), por onde circula a água proveniente do reator nuclear. O mesmo problema também foi encontrado em outras usinas nucleares no mundo que contam com este tipo de gerador de vapor. Oitenta e nove delas já realizaram substituições semelhantes e, até 2011, outras 16 usinas planejam substituir tais equipamentos.

Beneficios da troca
A substituição dos GVs eliminará a necessidade da inspeção em 100% dos tubos, em cada parada, passando a adotar-se uma inspeção por amostragem, tal como é realizado em Angra 2. Haverá, assim, uma redução de até 10 dias no tempo de parada para o recarregamento de combustível nuclear, devido à redução do escopo de trabalho. Além disso, os custos de preservação/reparos serão praticamente eliminados.

Substituição dos geradores
A instalação dos novos equipamentos levará mais de quatro meses de trabalho ininterrupto, dos quais cerca de 90 dias estão reservados para as atividades de substituição dos geradores. Com a Usina desligada, será feita uma abertura provisória na parede do edifício do reator, por onde sairão os antigos GVs e entrarão os novos. Dispositivos especiais serão utilizados para o içamento e transporte desses equipamentos.

Geradores antigos
Os antigos GVs serão armazenados, de maneira segura, no Depósito Inicial dos Geradores de Vapor, no próprio sítio da Central Nuclear, em Angra dos Reis. O depósito está localizado numa área denominada de Ponta Fina, situada a aproximadamente 800 metros de Angra 1. O local reúne condições ambientais adequadas e, por estar próximo da Usina, oferece facilidade e segurança para o transporte. O depósito estará integrado ao sistema de proteção física e de monitoração radiológica da Central Nuclear e atenderá às normas nacionais e internacionais aplicáveis.

Investimento
O valor total do investimento foi de R$ 724 milhões, englobando aquisição, análise de segurança, licenciamento, substituição e armazenamento. Os recursos foram provenientes da Eletrobrás, garantidos por contratos de financiamento.

Fornecedores
A Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A - Nuclep foi responsável pela fabricação dos GVs. Coube à empresa francesa Areva NP a engenharia, a aquisição dos materiais e a assistência técnica na fabricação. A Westinghouse foi a empresa contratada pela Eletronuclear, mediante licitação, para realizar os serviços de substituição.

Cronograma das principais atividades

Período
Abertura do vaso do reator 28/01/09 a 02/02/09
Corte da contenção de concreto 10/02/09 a 16/02/09
Corte da contenção de aço 23/02/09 a 25/02/09
Retirada e transporte dos GVs antigos 10/03/09 a 20/03/09
Transporte e entrada dos novos GVs 21/03/09 a 01/04/09
Fechamento do vaso do reator 18/05/09 a 20/05/09
Comissionamento e testes dos novos GVs 11/05/09 a 04/06/09
Unidade sincronizada 06/06/09
Elevação de potência para 100% e testes de garantia dos novos GVs 06/06/09 a 27/06/09

Gloria Alvarez

Coordenadora de Imprensa da Eletronuclear
Contatos.: 21 2588.7606 / Cel. 9642.9910
E-mail: galvarez@eletronuclear.gov.br

Juliana Rezende
Jornalista
Assessoria de Imprensa
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