Conversando com Clodovil

Olá meu queridos

Clodovil Hernandes
Tudo volta a caminhar em Ubatuba.
Esta semana recebi uma amiga que se hospedou na minha casa. Ela é uma senhora educada, mora fora do País há muitos anos, e adora Ubatuba, como todo europeu.
Infelizmente consegui fazer-lhe pouca companhia, uma vez que Brasília me esperava para o trabalho.
Ela ficou aqui, e segunda-feira a noite resolveu dar uma volta pela cidade. No dia seguinte ela ligou literalmente apavorada perguntando:
- O que é isso Clodovil? É incrível! Incrível! Assustado, pensei que algo grave havia acontecido, depois de alguns “incríveis” ela contou.
Que havia ido à cidade, e na avenida principal deparou-se com um som alto - ela pensou, - “Vou matar saudade da música do meu país.”.
Continuou contando.
Quando se aproximou percebeu que pessoas de mãos estendidas para o alto, ondulavam em pé de olhos fechados. Ela não entendeu nada!
Só depois, ao interpretar a letra da música, percebeu que eram hinos religiosos.
Perguntou a alguns passantes, espantados também com o ocorrido, se estavam comemorando algum dia santificado. Responderam, que não. Alguns até, exaltados com o que acontecia, explicaram à minha amiga que era uma comemoração religiosa, de uma parte da população, agradecendo a eleição de um de seus fiéis, o atual prefeito, vencedor da última eleição.
Coitada! Tão assustada ela estava, pasma seria o termo certo.
Eu do outro lado da linha, apenas ouvia,quem sabe, cansei de falar.
Minha amiga é uma pessoa articulada, conhece o mundo todo, formada em sociologia, sempre acompanha diversos acontecimentos por onde viaja. Muito observadora, colocou diversos pontos sobre o ocorrido. Analisou e explicou quanto isso pode prejudicar o turismo de Ubatuba. Ela comentou:
- Quem vem à uma cidade praiana, quer ouvir música da terra, não presenciar um culto religioso não importa qual linha religiosa este siga. Quem quer participar de uma comemoração assim , vai em busca , não defronta-se."Continuei a ouvir, ela ainda dizia:
- “Isso pode ser feito Clodovil, mas não em uma avenida principal, com o trânsito fechado, com o comércio aberto. Ainda mais aquele senhor gritando um nome sagrado.” Isso, - ela continuava, - Não é louvor, não é homenagem, é imposição, falta de consideração, de respeito com quem chega à cidade e talvez não divida a mesma crença, expressada no tal palco. Observei que os comércios em frente a tal homenagem estavam vazios, " - ela complementa:” - Quem se anima comprar uma roupa, um biquíni, jantar, com um senhor aos gritos como um "star", bem ao estilo de shows, luzes, e até nuvens de gelo seco.
Quem se anima, quem?
Encerrado nossa conversa ela comentou:
- “Não entendo qual objetivo disso tudo, é uma situação inibidora para quem chega a uma cidade, atitudes permissivas assim , só afastam os turistas."
Ouvi tudo durante muitos minutos, pedi desculpa por não ter podido ficar ao seu lado. Ao final da conversa desliguei, precisava voltar ao trabalho. Veio uma única frase à minha cabeça.
UBATUBA PERDOA-OS, ELES NÂO SABEM O QUE FAZEM!
Fiquem com o Deus do Universo. Aquele que dá de graça, não contrata marqueteiros, nada pede e abençoa todos!
Ubatuba, 30 de outubro de 2008
Clodovil Hernandes
Desejo uma boa semana a todos, vamos esperar o sol!
Até a próxima!

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