Coluna da Terça-feira

AMARRIBO em Ubatuba. Evento imperdível

Maurício Moromizato
Acontece hoje às 19h no salão da Igreja de São Francisco, na Rua Thomaz Galhardo, Centro, a palestra com Lizete Verillo, representante da AMARRIBO, que vem contar um pouco da história dessa entidade e de sua atuação na cidade de Ribeirão Bonito, interior de São Paulo.
O evento é a primeira atividade promovida pelo recém criado “Fórum Permanente de Proteção a Ubatuba”, movimento que engloba pessoas e entidades dispostas a discutir a situação da cidade e acompanhar a administração pública e a gestão dos recursos públicos.
O evento é oportunidade impar para se conhecer a história da AMARRIBO e também para que possamos nos espelhar em uma experiência exitosa de participação da sociedade civil, de lideranças políticas e da iniciativa privada na vida da cidade, de maneira ativa e independente.
Uso o espaço da coluna de hoje para a divulgação do evento e o convite, por que não dizer convocação, para que todos os leitores prestigiem o evento e ajudem a divulgá-lo, pois é do interesse de Ubatuba e de todos nós.
Professores, chamem seus alunos, empresários e trabalhadores, compareçam.
Reproduzo abaixo partes de texto encontradas no site da AMARRIBO, a saber:
www.amarribo.org.br

O texto é um pouco extenso, mas vale a pena ser lido e reproduzido.

O que é a AMARRIBO


A Amigos Associados de Ribeirão Bonito – Amarribo – é uma organização não governamental (ONG), sem fins lucrativos, que atua em sinergia com a sociedade civil, a administração pública, lideranças políticas e a iniciativa privada, para acompanhar a gestão dos bens públicos e a preservação dos valores e do patrimônio cultural da cidade de Ribeirão Bonito, São Paulo.
Para isso, a Amarribo reúne pessoas amigas, nascidas, residentes, ex-residentes e simpatizantes interessadas em oferecer voluntariamente seu tempo, seu talento, competências e habilidades para a construção sociocultural, econômica e ambiental de nossa cidade.
A Amarribo não pretende substituir o poder público. Nosso objetivo é promover maior integração entre as políticas públicas e os reais interesses e necessidades de nossa comunidade.
Sem vínculo religioso ou político-partidário, nossa organização apóia ações sociais que estimulem a autonomia das pessoas e das comunidades para transformar a sua realidade.

História da AMARRIBO


Ribeirão Bonito, como muitas cidades do interior paulista, viveu tempos áureos, em que o desenvolvimento econômico proporcionava uma boa qualidade de vida para seus habitantes e um convívio comunitário relativamente harmonioso.
Ao ver a deterioração da sua cidade natal, atribuída a uma falta crônica de verbas públicas, um grupo de cidadãos começou a pesquisar alternativas para recuperar Ribeirão Bonito. Nesta época, boatos já indicavam a existência de corrupção na administração pública, mas não haviam evidências para comprovar as suspeitas.
Em meados de 1999, um grupo de amigos, incluindo alguns profissionais de sucesso que haviam saído ainda jovens de Ribeirão Bonito e que vislumbravam uma forma de contribuir para com a cidade, procuraram tornar esse desejo em realidade.

A AMARRIBO foi oficialmente fundada em 14 de novembro de 1999. Seu primeiro presidente foi José Paulo Lucato. A partir de então, a AMARRIBO promove o Encontro Anual dos Filhos e Amigos de Ribeirão Bonito para aproximar as pessoas que moram ou que tenham afinidade pela cidade.
Os administradores públicos da época não demonstraram interesse de participar da AMARRIBO e compareceram apenas à primeira reunião da entidade. Com a eleição de um novo prefeito em 2000, o distanciamento aumentou ainda mais.
Após a posse, o prefeito sinalizou publicamente que iria hostilizar a AMARRIBO. A direção da organização decidiu enfrentar a oposição ainda que o poder público representasse um grande oponente, especialmente em uma cidade do interior.
Logo chegaram as primeiras denúncias, que foram analisadas com cautela. Notas fiscais de aquisição de combustível de cidades distantes, cujo produto não havia dado entrada na prefeitura municipal, e cópias de notas fiscais de aluguel de roçadeiras, tratores, de cidades distantes, que ninguém na cidade havia visto, foram sendo cautelosamente analisadas e guardadas.
Era consenso que se a AMARRIBO fechasse os olhos para tantas evidências de corrupção, qualquer outra contribuição da organização para a cidade seria irrelevante. Decidiu-se enfrentar o problema.
As denúncias foram sendo comprovadas: As empresas de aluguel de máquinas não existiam, o combustível não dava entrada na prefeitura os cheques de pagamento eram depositados na conta de um vereador envolvido na fraude. Além disso, serviços eram superfaturados, conforme confirmou um dos envolvidos no esquema.
No começo do processo, onze dos treze vereadores da Câmara Municipal apoiavam o prefeito incondicionalmente, mas a pressão popular deu nova configuração à política local. Um pedido de instauração de uma Comissão Especial de Investigação protocolado pela AMARRIBO foi aprovado por unanimidade. E depois de comprovados os fatos, o pedido de instauração do processo de cassação também foi aprovado - novamente por unanimidade. No dia da votação, compareceram à porta da Câmara Municipal cerca de 1,2 mil cidadãos.
O prefeito renunciou em 28 de abril de 2002, e foi preso em 6 de agosto em Rondônia. Após passar dez meses preso preventivamente, foi libertado e agora responde a diversos processos criminais e por improbidade administrativa.


Combatendo a corrupção

Certamente, a corrupção é um dos grandes males que afetam a sociedade brasileira, especialmente a administração pública. Nossa história mostra que as práticas ilícitas do desvio de recursos, do favorecimento de amigos e parentes e da troca de favores têm nos condenado a um estado de subdesenvolvimento crônico.
Tão grave quanto a própria corrupção é a naturalização dos comportamentos anti-éticos que são traduzidos em ditos populares como “rouba, mas faz”. O bom uso da máquina pública não deve ser vista como uma cortesia, mas como uma obrigação do governante eleito.
Viver em sociedade significa pensar no coletivo acima de seus próprios interesses. Se o cidadão paga imposto e aceita a legislação vigente em nome do bem-estar social, é imprescindível que o administrador público também o faça. O descrédito das instituições, a indiferença dos cidadãos pela política e o desinteresse pelas eleições revelam o deterioramento do convívio social.
A experiência da Amarribo no combate a corrupção municipal nasceu da constatação de que não adianta implementar projetos de desenvolvimento humano antes de neutralizar a ação daqueles que se dedicam ao desvio do dinheiro público.
Acreditamos que ao enfrentar a corrupção, criamos meios para acabar com a carência crônica de verbas que afeta milhares de municípios brasileiros. Além disso, a administração ética dos recursos públicos melhora a qualidade dos serviços básicos oferecidos a população, equilibra a circulação de recursos e possibilita a geração de novos empregos.
Até hoje à noite.

Maurício Moromizato

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