Opinião

Internet ruim e cara

Editorial do Estadão
O uso da internet no Brasil se expande com grande rapidez. Em julho, o número de pessoas que utilizam a conexão residencial chegou a 23,7 milhões e o tempo médio de navegação doméstica por mês foi de 24 horas e 54 minutos. No primeiro semestre, o Brasil registrou 10,04 milhões de usuários conectados à rede de alta velocidade, a banda larga, com aumento de 48% em um ano. Esse número, de acordo com projeções das empresas do setor, só seria alcançado em 2010. Agora, elas prevêem que, em dois anos, a banda larga terá 15 milhões de usuários.
No entanto, essa notável expansão vem impondo ônus ao usuário brasileiro. Baixa qualidade e tarifa exagerada são duas das conseqüências mais notórias do rápido aumento do número de internautas que utilizam a banda larga e da falta de concorrência.
Estudo feito por duas universidades européias sobre a qualidade da internet de alta velocidade mostra o Brasil à frente apenas de outros quatro países, numa lista de 42 pesquisados. "O Brasil está pior do que a gente gostaria", disse ao Estado o presidente no País da Cisco (empresa de equipamentos de rede de comunicações que patrocinou o estudo), Pedro Ripper.
O estudo tomou como base um índice de qualidade da banda larga que leva em conta as velocidades de recebimento e de envio de dados e do percurso de um conjunto de dados de sua fonte até o destino. Não foram considerados o custo da banda larga nem a disseminação de seu uso.
Numa classificação de 0 a 100, o Brasil ganhou a nota 13, que lhe deu a 38ª classificação. Ficou à frente apenas de Chipre, México, China e Índia (entre os países que formam o Bric, o Brasil só ficou atrás da Rússia, que obteve a 17ª posição). Os cinco países que oferecem a melhor internet de banda larga são Japão, Suécia, Holanda, Letônia e Coréia do Sul.
A presença da Letônia entre os cinco melhores países quanto à internet rápida não é a única surpresa do estudo. Outros países do Leste Europeu também aparecem em boa classificação (Lituânia, em 7º e Eslovênia, em 10º). Os EUA aparecem apenas na 16ª posição. Países industrializados, como Espanha, Itália e Reino Unido, tiveram nota abaixo da necessária para assegurar o uso adequado dos serviços disponíveis na internet, como vídeos, bate-papo com vídeo e troca de arquivos, que é de 35 pontos. Para novos aplicativos, como vídeo de alta definição, a nota exigida é de 75 pontos, que só o Japão alcançou.
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