Educação

Sistema de progressão continuada no ensino divide os candidatos em SP

Bol Notícias
Os quatro primeiros colocados em São Paulo na última pesquisa de intenção de voto do Datafolha divergem sobre a adoção do sistema da progressão continuada na rede de ensino fundamental do município. O sistema, em vigor na capital desde a gestão de Luiza Erundina (1989-1992), estabelece que os alunos só podem ser reprovados por nota na 4ª e na 8ª série.
A líder na disputa, Marta Suplicy (PT), é contrária à progressão continuada. Geraldo Alckmin (PSDB) e o atual prefeito Gilberto Kassab (DEM) defendem o regime.
Uma eventual mudança nas regras de aprovação no ensino fundamental gerará um grande impacto na estrutura da rede municipal. Atualmente 518 mil alunos estudam sob o regime em 478 unidades educacionais.
A maioria dos especialistas em educação é favorável ao sistema, porém critica o modo como ele é aplicado nas escolas da rede pública.
"Não somos favoráveis à aprovação automática", afirmou Marta. Para a candidata petista, "é necessário um sistema de acompanhamento pedagógico, com a ampliação do número de horas/aula ministradas, para que o aluno com dificuldade de aprendizado adquira o conhecimento necessário para cumprir os requisitos básicos de cada ciclo".
Marta, que manteve o sistema em sua gestão (2001-2004), não afirmou, porém, se vai abolir a progressão continuada no município. "Abriremos um processo de discussão com os profissionais da rede, entidades sindicais e entidades sociais", disse ela sobre o tema.
Já Geraldo Alckmin, segundo colocado na pesquisa do Datafolha, adotou o sistema nas escolas estaduais quando foi governador (2001-2006). Ele diz que pretende aperfeiçoar o regime e que manterá a possibilidade de reprovação por faltas na rede de ensino fundamental.
"Não podemos criar a cultura do fracasso. É um passo para a evasão escolar. Temos que ajudar as crianças em seu processo de aprendizagem, com um sistema de avaliação constante", afirmou o candidato tucano.
Kassab também diz que vai manter as atuais regras de aprovação. "O sistema, adotado há quase 30 anos na cidade, é o mais adequado, desde que a prefeitura trabalhe também a qualidade de ensino em todos os seus aspectos, como na qualificação do professores, no incremento da estrutura física e na ampliação do suporte aos alunos", afirmou o prefeito.
Maluf garante que a progressão continuada será abolida em um eventual novo mandato dele na prefeitura. "O sistema de progressão continuada não será usado em minha administração. Para que o aluno passe de ano ele terá que estudar e fazer exames ao fim de cada ano", disse o candidato.

Falhas no sistema

A coordenadora do curso de Pedagogia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Ângela Soligo, diz que o sistema da progressão continuada é criticado por políticos e parte da classe dos educadores principalmente nos períodos eleitorais. Para Soligo, muitas das críticas são feitas a partir de uma compreensão equivocada sobre o sistema.
"A progressão continuada não pode ser tomada apenas como um mecanismo de promoção automática do aluno. A idéia que inspira o sistema é a de que estudante e o professor possam trabalhar sem o desespero provocado pela necessidade de obtenção de notas nos finais de cada ano", disse a docente da Unicamp.

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