Brasil

Tarso, Farcs e Dói-Codi

Ruy Fabiano
"A denúncia, por parte da revista colombiana Cambio, de que personagens de proa do governo brasileiro mantêm relações estreitas com a direção das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs), veio à tona quase simultaneamente com a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de reabrir processos contra militares que torturaram presos políticos no curso do governo militar.
São coisas aparentemente distintas, mas que abrem o flanco para que o atual governo seja posto no banco dos réus pelos mesmos motivos pelos quais quer punir os seus adversários do regime de 64. As Farcs, afinal, são uma organização terrorista, que seqüestra pessoas, mata, trafica drogas e armas e mantém em cativeiro, em condições abjetas, mais de setecentas pessoas – muitas das quais inteiramente dissociadas da luta política. Ou seja, o governo que quer punir a tortura do passado a coonesta no presente.
(...) O governo contra-argumenta que os e-mails não provam nada, já que nenhum se dirige diretamente a essas pessoas, mas a gente das próprias Farcs, não havendo nenhum de autoria dos acusados. Entre eles, porém, há um, de Medina a Reyes, tratando da nomeação de sua esposa, apelidada de “Mona”, que evidencia o apoio logístico que estava recebendo por parte do governo Lula.
O e-mail diz: “Na segunda-feira, dia 15, a ‘Mona’ começou em seu novo emprego e, para garanti-la ou impedir que a direita em algum momento a hostilize, a colocaram na Secretaria da Pesca, trabalhando no que chamam aqui de cargo de confiança ligado à Presidência da República.”
Se isso não é uma evidência, então o que será? Mona é funcionária pública do Paraná. Foi transferida por solicitação de Dilma Roussef, que assina o ofício ao governo paranaense. Quando a revista colombiana diz que o governo brasileiro deve, ao menos, uma explicação, diz o óbvio. Ou não?"
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