Ubatuba em foco

Reflexões sobre Educação Municipal

Corsino Aliste Mezquita
Recebo queixas e lamentações sobre a Educação Municipal. Alguns interlocutores sugerem e indicam crise, decadência, desvios de foco, de dinheiro, empregos de apadrinhados e de eventuais. Outros culpam, de cara, os profissionais da educação. A estes, por uma questão de experiência, longa vivência e espírito de corpo, tenho defendido e, explicado, serem as maiores vítimas, junto com os alunos, de qualquer descaso, desvio, pressão, falha ou falta de atenção das autoridades. Ressalvo, entretanto, poder existir a presença de dirigentes que, deslumbrados com a transitoriedade dos cargos em comissão, se prestem a pressões e opressões menos nobres.
Há fatos publicados que corroboram as apreensões dos confidentes acima. O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo registrou, no relatório de avaliação das contas de 2006, ter perdido, o Município de Ubatuba, entre 2004 e 2006, 25 (vinte e cinco) posições no quesito escolaridade, no contexto do Estado de São Paulo. Esse rebaixamento deve obedecer a causas internas.
Na avaliação dos alunos de 1ª a 4ª séries, exercício 2007, a Educação Municipal, não alcançou a média estadual e foi classificado entre os dez municípios, com avaliação mais baixa, no Vale do Paraíba e Litoral Norte. É outro ponto sobre o qual deve refletir-se.
As causas dessa suposta decadência ou retrocesso em uma educação municipal que, como já escrevemos quando responsáveis por sua coordenação, nunca foi brilhante e ou teve todos seus problemas resolvidos, deve merecer estudo profundo e imediato dos responsáveis. Os envolvidos devem também atentar para as propostas, dos candidatos à Prefeitura, visando sanar essa problemática.
Algumas causas parecem evidentes, palpáveis e são apontadas por todos que discutem educação com seriedade e, sem paixões políticas, preocupam-se com a educação de qualidade. Entre elas enumeramos:
Desvio dos recursos da educação para atividades e programas que não constituem “a manutenção e desenvolvimento do ensino”.
Programas qualificados como “confetes” ou de menor importância que tiram o foco do que é transcendente e desviam recursos, equipamentos e pessoas das finalidades prioritárias.Exemplos: Casa de brinquedos, Casa Verde, Hortas suspensas, Educação ambiental fora do contexto escolar, etc.
Interrupção das aulas por longos períodos por terem que preparar as escolas para alojamentos de Jogos Regionais, Jogos da Terceira Idade e outros empréstimos, com gastos dos recursos da educação para adaptação e limpeza. Aulas que, como a experiência tem mostrado, nunca são repostas.
Falhas e escassez no fornecimento de materiais e equipamentos necessários ao exercício das funções docentes e ao aprendizado dos alunos.
Descuidos na formação continuada, sistemática, com temas de interesse dos profissionais e por eles selecionados (esses temas) e ministrados por profissionais competentes.
Mobilidade e eventualidades excessivas de professores, dirigentes e pessoal de apoio, com as conseqüências decorrentes da inexperiência.
Insatisfação, do quadro de pessoal com o ambiente de trabalho e desrespeito a sua profissão e autonomia, gerada por: intromissões de políticos, pessoas de outras secretarias, vereadores, pressões e ou por falta de apoio e materiais necessários.
Todas essas causas exigem solução imediata para termos educação de qualidade.
VIVA UBATUBA!. Sem dengue e sem caluniadores.

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