Opinião

Plano Marshall para a América do Sul

Rubens Barbosa
A distância entre a retórica e a realidade nas declarações públicas sobre qualquer assunto de altos funcionários do atual governo é conhecida. No tocante à política externa, em especial, esse descompasso está adquirindo características preocupantes, pois a ele se soma uma superestimação de nossa capacidade e de nossos recursos na implementação do que o presidente Lula denominou "política da generosidade" para com nossos vizinhos do subcontinente.

"O Brasil tem que assumir definitivamente a responsabilidade pela integração da América do Sul. Não há concessões excessivas quando as diferenças de dimensão são tão extraordinárias e quando nossos interesses as exigem para a construção na América do Sul de um bloco que nos fortaleça a todos, o Brasil precisa assumir suas responsabilidades para como a região", reza a doutrina oficial.
Se essa premissa - as assimetrias existentes entre os países sul-americanos - fosse obstáculo, nem o México e o Canadá teriam negociado acordos de livre comércio com os EUA. As assimetrias entre eles eram maiores do que as existentes entre o Brasil e o Paraguai, por exemplo.
O mais novo desdobramento da política externa em relação à região foi a sugestão de que "o Brasil deveria promover um Plano Marshall sul-americano para superar a devastação diária causada pelo subdesenvolvimento", no dizer de um dos proponentes da idéia.
Essa eventual iniciativa brasileira, segundo se anuncia, deveria imaginar um programa mais amplo, mais enérgico, mais generoso e mais ágil dos países mais ricos da região em favor dos mais pobres, a exemplo do Plano Marshall. Em termos de política externa, estamos entrando na fase do realismo mágico.
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