Pensata

Caça ao gordo

João Pereira Coutinho
Pobres gordos. Numa cultura que elevou a saúde, a juventude e a beleza a patamares verdadeiramente insanos, a espécie já não tinha vida fácil. Mas uma coisa é a estética; outra, bem mais grave, são os imperativos da ética. Agora, a ciência resolveu dar uma ajuda para empurrar os gordos rumo ao abismo moral.
Segundo leio na imprensa do dia, a London School of Hygiene and Tropical Medicine estabeleceu uma ligação séria, e alarmante, entre os gordos e o inevitável aquecimento global. Dizem os cientistas que os primeiros são diretamente responsáveis pelo segundo. Como?
Para começar, porque comem. Muito. Demais. Diariamente, um gordo consome 1.680 calorias só para sair da cama (sem grua); e mais 1.280 só para efetuar as tarefas mais banais. É incomparavelmente mais do que uma pessoa decente, ou seja, com peso "normal". Resultado: a energia dispendida para produzir cada vez mais comida contribui decisivamente para o efeito de estufa (uns 20% do problema global). No mundo, existem 400 milhões de gordos. Mas a Organização Mundial de Saúde afirma que em 2015 existirão 700 milhões. Como será possível alimentar a gula dessa gente toda sem arruinar definitivamente o planeta?
O apocalipse não termina aqui. Porque os gordos não se limitam a comer. Eles também andam por aí, transportados em carros ou aviões. E o peso dos gordos exige quantidades crescentes de combustível.
Por outras palavras: os gordos arruinam o ambiente e põem a perigo a sobrevivência da Humanidade. Mas não apenas o ambiente. Ao comerem como não devem e ao pesarem o que não podem, os gordos contribuem para outros problemas "menores", como a falta de alimentos no mundo e a insuportável subida dos preços do barril de petróleo. Soluções?

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