Opinião

Petróleo na educação

Paulo Renato Souza
Sem que se tivesse dado o devido destaque, o fato é que o presidente Lula e o presidente Fernando Henrique coincidiram totalmente ao formular uma proposta para melhorar a educação brasileira. Propõem os presidentes que os recursos adicionais que nosso país obterá com a exploração dos novos campos de petróleo que vêm sendo descobertos sejam utilizados para melhorar definitivamente a qualidade de nossa educação básica. O presidente Lula formulou a idéia na semana passada em discurso, segundo registrou o portal Terra; o presidente Fernando Henrique havia defendido essa proposta em artigo publicado neste mesmo espaço há cerca de dois meses, depois de havê-la mencionado em palestra a que assisti.

A idéia soa muito boa, mas para ter efeito na qualidade de nossa educação básica seria preciso que esses recursos adicionais fossem usados para provocar mudanças significativas nos indicadores de aprendizagem de nossos alunos. Hoje existem farto material de pesquisa e estudos comparativos que mostram que a simples injeção de mais recursos na educação não provoca mudanças significativas na sua qualidade. Da mesma forma, os estudos são unânimes ao demonstrar que as diferenças de salários dos professores não explicam disparidades nos índices de aprendizagem dos alunos. Em suma, mais recursos são necessários e bem-vindos, mas o problema é como utilizá-los para melhorar a educação.
Análises comparativas internacionais sugerem que as diferenças nos indicadores de aprendizagem dos alunos são majoritariamente explicadas pelo processo de formação e seleção dos professores e pela forma como suas carreiras se estruturam. Elas devem estimular e premiar o seu desempenho, medido pela aprendizagem dos alunos.
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