Opinião

Frutos da imigração

Editorial do Estadão
Muitos frutos do trabalho dos imigrantes japoneses no Brasil incorporaram-se de tal modo aos hábitos e costumes da sociedade brasileira que talvez poucos se lembrem de sua origem. Variedades de hortaliças e de frutas que eram desconhecidas no País na primeira metade do século passado se tornaram habituais, graças ao trabalho desses imigrantes. Este é apenas um dos muitos exemplos da influência japonesa que a sociedade brasileira absorveu naturalmente.
Ao mesmo tempo que, com seu trabalho, contribuíram para o progresso do Brasil e se integraram à sociedade local, esses imigrantes procuraram manter seus hábitos, seu idioma, sua cultura, sua identidade nacional. Essa integração, com a preservação dos valores próprios, é uma das marcas mais fortes da imigração japonesa, cujo centenário se celebra agora.
Foi no dia 18 de junho de 1908 que o navio Kasato Maru atracou no Porto de Santos, trazendo os primeiros 781 imigrantes japoneses para trabalhar nas fazendas de café no Estado de São Paulo. A presença do príncipe herdeiro Naruhito em muitas das comemorações do centenário da imigração - a mais importante das quais será o desfile em carro aberto no Sambódromo do Anhembi, no sábado, diante de mais de 25 mil pessoas - é o reconhecimento, pela Casa Imperial japonesa, do papel que os japoneses e seus descendentes desempenharam no Brasil nesses cem anos.
Não foram poucas as dificuldades que os primeiros imigrantes enfrentaram no Brasil, por causa das diferenças culturais e do idioma, como lembrou o príncipe na solenidade de lançamento da moeda e do selo comemorativos dos cem anos da imigração, realizada no Palácio do Planalto. A presença de japoneses e seus descendentes em praticamente todos os campos de atividade é o sinal mais evidente da superação dos problemas mencionados pelo príncipe herdeiro e a demonstração mais clara de sua definitiva integração na vida brasileira, da qual participam ativamente.
Leia mais

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu