Opinião

A melhor solução para o PSDB

Editorial do Estadão
Terminávamos o editorial de sábado, sobre as perspectivas da candidatura de Geraldo Alckmin à Prefeitura paulistana - e a dissidência aberta no partido em torno dela -, afirmando que o que se passa agora em São Paulo pode dar o tom para o que acontecerá no plano nacional, quando chegar a hora de escolher o candidato para as eleições presidenciais. Referíamo-nos tanto ao problema da ruptura da já tradicional aliança dos tucanos com os ex-pefelistas - hoje democratas - como à disputa interna, do PSDB, em torno das candidaturas mais fortes do partido à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não por coincidência os atuais governadores dos dois Estados que detêm os maiores colégios eleitorais do País: São Paulo e Minas Gerais.
Depois que o grupo de 11 vereadores (entre os 12 da bancada) conseguiu angariar assinaturas para oficializar, na Convenção de domingo, uma chapa em apoio à reeleição do prefeito Gilberto Kassab, a disputa entre os dois grupos - kassabistas e alckmistas - chegou ao clímax, revelando uma animosidade talvez até maior do que a que se manifestara entre as facções do PMDB, que acabou levando um dos grupos a criar, há 20 anos, o PSDB. É claro que o governador José Serra, voltando de viagem ao exterior na véspera da Convenção - que teve toda a aparência de uma fuga à obrigação de intervir na crise do seu partido -, tinha que dar conta de sua liderança e resolver o complicado problema. E resolveu, não permitindo que os tucanos se engalfinhassem numa briga suicida. Obteve o acordo pelo qual os kassabistas tucanos desistiram de lançar a chapa contra a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin à Prefeitura de São Paulo - afinal lançada oficialmente com o respaldo de 89,9% dos convencionais que votaram domingo (1.164 do total de 1.344).
Embora a verdade dos fatos não possa confirmar o discurso do ex-governador, no sentido de que "a divergência acabou" - pois a cem metros da Assembléia Legislativa, onde se realizava a Convenção municipal tucana, 10 dos vereadores dissidentes e mais três dezenas de militantes faziam reunião contra a candidatura Alckmin e a favor de Kassab -, é inegável que, nas circunstâncias, o PSDB de São Paulo chegou à melhor solução possível. E isso, especialmente, porque o governador Serra soube enfatizar a possibilidade real de restabelecer a aliança PSDB-DEM no muito provável segundo turno entre um deles e a candidata do PT. "Se a aliança não se traduziu agora numa candidatura única, tem que se traduzir, sim, numa unidade no segundo turno" - disse o governador em seu pronunciamento na Convenção.
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