Opinião

''Tremei, poluidores, tremei''

Editorial do Estadão
Fossem outros os tempos e as pessoas, a passagem de Carlos Minc pelo governo federal teria terminado na ante-sala do presidente da República. Lá, um funcionário de terceiro escalão o teria informado de que o presidente Lula havia se equivocado ao convidá-lo para assumir o Ministério do Meio Ambiente e ficava o dito pelo não dito. Mas as coisas e as pessoas são como são e esse é o único aspecto sério do episódio da escolha do sucessor da ministra Marina Silva. O resto foi pura pantomima.

Sondado para ser o novo ministro, quando estava em Paris em missão oficial, na qualidade de secretário do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Minc a princípio relutou e, em seguida, anunciou publicamente que aceitaria a nomeação se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, aceitasse dez "condições" que ele impunha. Avisado de que o convidado para um Ministério não impõe condições ao presidente da República, mas dele recebe missões, trocou a palavra "condições" por "propostas", salientando que, com isso, deixava de ser "indelicado". Apesar do mau começo, o convite continuou de pé.
Já em Brasília, na primeira das sete entrevistas coletivas que concedeu em menos de sete horas e antes de conversar com o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff, explicou que não impusera "condições de trabalho" - que, "na verdade, são muito mais do que as que foram colocadas" - por arrogância. "Arrogância seria imaginar que eu pudesse desempenhar uma missão, para a qual eu tenho dúvidas se estou à altura, sem ter condições de trabalho." E, apesar da confissão de que não se sente apto para exercer o Ministério, continuou convidado.
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