Opinião

As provas contra Chávez

Editorial do Estadão
Nos últimos dias, o caudilho Hugo Chávez esteve mais belicoso do que nunca. Aproveitava qualquer pretexto para afirmar que os comprometedores documentos encontrados nos computadores do líder das Farc, Raúl Reyes - apreendidos pelos militares colombianos durante o ataque a um acampamento guerrilheiro no Equador -, não passavam de "mentiras e falsificações". E desafiava: "Mostrem provas, não documentos" - como se documentos não fossem provas. Seu destempero chegou a tal ponto que acusou de "fascista" e "amiga de Hitler" a chanceler alemã Angela Merkel, que havia criticado governos populistas e afirmado que Hugo Chávez não é a voz da América Latina. Não se pode considerar que tenha se excedido quando disse que o governo de Álvaro Uribe está tentando iniciar uma guerra contra a Venezuela, para que os Estados Unidos invadam seu país, porque isso já virou rotina em seus pronunciamentos.

Era compreensível o nervosismo de Hugo Chávez. Aproximava-se o dia 15, data em que a Interpol publicaria o relatório da perícia realizada por técnicos forenses nos computadores de Raúl Reyes - e Chávez tinha culpa no cartório.
O secretário-geral da Interpol, Ronald Noble, anunciou o que se esperava. Confirmou que os computadores apreendidos pertenciam a Raúl Reyes e que as informações e arquivos neles contidos são autênticos. Não foram modificados, alterados ou eliminados e, assim, existem provas sólidas de que Hugo Chávez não apenas interferiu nos assuntos internos da Colômbia, como patrocinou, com apoio político, dinheiro e armas, um movimento que se sustenta com o narcotráfico e a extorsão e cujo objetivo é a derrubada de um governo democrático e legitimamente eleito pelas urnas.
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