Opinião

A falta de fertilizantes

Editorial do Estadão
Uma nova forma de protecionismo, desta vez imposta por alguns países exportadores, ameaça a produção agrícola mundial. Depois que alguns países limitaram as exportações de grãos, como arroz, para garantir o suprimento interno, agora são produtores de fertilizantes que restringem o embarque do produto para o exterior. O Brasil está entre os grandes produtores agrícolas mundiais e já começa a sentir os efeitos desse novo protecionismo, pois depende de fertilizantes importados. A alta excepcional do preço desses insumos nos últimos meses já começa a ser vista como ameaça para a safra recorde de 142 milhões de toneladas de grãos prevista pelo governo.
Em reais, o preço dos fertilizantes subiu 73% em 12 meses até abril, e mais de 40% só em 2008, de acordo com o Índice de Preços por Atacado (IPA), o principal componente do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas. Outros insumos agrícolas, como sementes e herbicidas, também subiram muito nos últimos meses. Mas a alta dos fertilizantes tende a ser mais sentida pelos produtores.
Áreas degradadas de pastagens, que poderiam receber plantações de soja, por exemplo, já estão sendo descartadas pelos produtores. ''Agora, nem se sonha em abrir uma área com um custo desses, especialmente hoje que a cotação da arroba do boi gordo está em níveis recordes'', disse o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Glauber Silveira da Silva, à repórter do Estado Márcia De Chiara.
Em Sorriso (Mato Grosso), o município que mais produz soja no mundo, o fertilizante representou 57% do custo da última safra; na próxima, representará mais de 60%. Os agricultores escolherão melhor as áreas de plantio para reduzir o emprego de adubo. No Paraná, também grande produtor de grãos, o uso de adubo será restrito, diz o presidente da Cocamar Cooperativa Agroindustrial.
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