Ponto de vista

Honra ao mérito
Para Sergio Caribé

Solange Mazzei

Quando era menina, uns 12 anos, lá pelo idos de 1945 tempo da 2ª grande guerra mundial, havia um programa de radio, que não perdia. Adorava este programa, o nome dele era “Honra ao mérito’’”.
Consistia em relatos, divulgações e prêmios, às pessoas especiais que deram o melhor de si em beneficio do bem comum, da comunidade na qual viviam.
Geralmente estes atos morais eram praticados em situações de grande adversidade, com risco de vida para estes voluntários, simples cidadãos, que não tinham recebido nenhum treinamento para serem heróis. Também eram premiadas, pessoas que se dedicaram anos à fio, trabalhando com generosidade para ajudar, crianças, hospitais, escolas, igrejas etc. Sempre dando o melhor de si.
A minha intuição moral, me dizia que todas aquelas pessoas eram maravilhosas.
Porque faziam o melhor, não?
E acreditava com muita ingenuidade que eram a grande maioria.
Aprendi com a idade, com a vida, que eram uma pequena minoria.
Essas pessoas eram poucas, únicas, ótimas e bem dignas. Elas engrandeciam o humano.
Daí a existência do programa ‘‘Honra ao mérito”, era necessário educar, apontar, reconhecer, agradecer, valorizar as pessoas capazes de praticar tão boas ações.
Quando você vive há anos numa bela e pequena cidade do litoral paulista como Ubatuba, na qual a situação da saúde é extremamente precária, você é obrigado a rezar todos os dias para não ficar doente.
Para não precisar ser internado numa Santa Casa, aonde falta tudo.
Faltam desde leitos, remédios, ataduras, antibióticos, aparelhos de diagnostico (ultra-som, tomografia, ressonância magnética) até uma UTI decente.
Porque se isto acontecer, só lhe restará rezar, e pedir a ajuda de Deus, porque os médicos por mais boa-vontade e competência que tenham, não são mágicos. Eles precisam de recursos, de tecnologia. Medicina não é pirotecnia.
Então você fica sabendo por terceiros, que apareceu alguém diferente.
Alguém dando uma virada, dando um belo exemplo. Que construiu com recursos próprios, três excelentes apartamentos, muito bem equipados, numa das alas da Santa Casa.
Meu amigo Sergio Caribé deveria ter escrito este reconhecimento há uns meses atrás. Peço-lhe desculpas.
Entretanto, prometo que vou contar para o maior numero de pessoas possível, o que você fez de bom pela saúde de Ubatuba.
Em nome de todos que usufruíram do conforto, da higiene, da salubridade destes apartamentos, e dos que ainda no presente e futuro vão usufruir quero lhe dar um “Honra ao Mérito’’, você merece.
Solange Mazzei é formada em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

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