Absurdo!

Conte outra!

Sidney Borges
Há coisas que passam em branco quando um crime bárbaro é cometido. Nossa atenção focada na vítima e no inusitado deixa passar fatos importantes e quando nos damos conta estamos vivenciando um absurdo digno da imaginação de Lewis Carrol. Fico a remoer os botões pensando na rara espécie de ladrão que entra em um apartamento espanca e asfixia uma criança e depois a lança pela janela. Com que finalidade? Ladrões roubam, não cometem assassinatos sem motivo. Sabem que a cana para esse tipo de crime é pesada. Com exceção do poderoso Pimenta Neves, que matou, foi condenado e permanece livre, leve e solto, provando a tese que para certo tipo de gente não existe cadeia. Pelo menos não no Brasil. Essa história é absolutamente fantástica, não vou dizer que não é verdadeira, mas não apostaria um centavo contra um milhão na veracidade. O que posso afirmar é que se eu fosse o delegado do caso teria perguntado:
- Foi um ladrão? Entrou no apartamento, espancou a menina, abriu um buraco na tela de proteção, lançou a pobrezinha pela janela e saiu assoviando com as mãos no bolso sem roubar nada?
Ante a confirmação de pai e madrasta eu diria:
- Perfeito. Proponho agora que vocês caminhem até a esquina para verificar se estou lá. Na volta contem outra.
Ainda bem que não sou delegado.

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