Terrorismo

Bomba inútil

Sidney Borges
O termômetro dos acessos ao Blog é a política local, o que prova a minha tese, o homem se interessa pelo que está à sua volta, tudo o mais é mera abstração. Ontem o jornalista Elio Gaspari tocou em um ponto sensível do Brasil recente, escreveu sobre as indenizações aos que participaram dos movimentos armados contra a ditadura e me remeteu aos bancos escolares. Duas bombas, uma colocada no Estadão e outra no Conjunto Nacional foram obra de dois professores da FAU, Sérgio Ferro e Rodrigo Lefèvre, na época jovens e talentosos arquitetos, ídolos dos alunos. Procurei saber de Sérgio Ferro na Internet, Rodrigo faleceu em acidente automobilístico há muitos anos. Encontrei uma entrevista em uma revista de Arquitetura. Prestes a completar 70 anos, Sérgio é professor em Grenoble, na França e imagino que continue marxista, pelo menos usa termos marxistas ao falar de construção. As bombas não destruíram o capitalismo nem derrubaram a ditadura, mas a do Conjunto Nacional acabou com a carreira de piloto comercial de um jovem que ia passando e teve parte de uma das pernas amputada. No dia 20 o ato terrorista completará 40 anos. Não merece comemoração.

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