Opinião

A OEA cumpre seu papel

Editorial do Estadão
Na América do Sul, somente o Brasil não tem questões de limites com seus vizinhos. Todos os outros países da região têm disputas fronteiriças, algumas delas resultantes de guerras cruentas que são constantemente lembradas. Compreende-se, portanto, que, mais do que em qualquer outra parte do mundo, aqui a inviolabilidade das fronteiras seja um preceito intocável. Afinal, qualquer precedente pode servir de pretexto para um litigante avançar sobre uma área em disputa - e são tantas que a região logo estaria conflagrada.
A resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a crise entre o Equador e a Colômbia, como não poderia deixar de ser, foi norteada por essa preocupação. Forças militares da Colômbia, afinal, invadiram o território equatoriano para destruir um acampamento das Farc, que os narcoguerrilheiros usavam como base não só para suas operações de natureza política, mas também para atacar alvos na Colômbia.
O governo de Álvaro Uribe não podia escapar politicamente ileso dessa transgressão da lei internacional. Mas também não havia por que o organismo regional condená-lo severamente, abrindo caminho até para sanções políticas e econômicas contra a Colômbia. Como bem lembrou o chanceler Celso Amorim, no caso não podia ser invocado o princípio da legítima defesa, porque o presidente Álvaro Uribe, na reunião do Grupo do Rio, já havia apresentado ao presidente Rafael Correa um amplo pedido de desculpas - e ninguém pede desculpa por ter-se defendido legitimamente. Mas também todos sabiam que o território do Equador vem sendo usado como refúgio para as Farc, que estão sofrendo sucessivas derrotas militares nas selvas colombianas.
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