Opinião

O que se espera do Brasil

Editorial do Estadão
Todos os governos sul-americanos condenaram, com maior ou menor ênfase, a invasão do território equatoriano por forças militares colombianas. Não podia ser diferente, diante de uma clara violação do direito internacional. O presidente Rafael Correa já iniciou uma rodada de visitas a seus colegas latino-americanos - estará hoje em Brasília - para pedir-lhes apoio para a condenação da Colômbia na reunião de emergência convocada pela Organização dos Estados Americanos para examinar a crise. Também isso é procedimento de praxe nesses casos. Mas o problema não é simples como pode parecer à primeira vista. A incursão colombiana não pode ser caracterizada como um ato gratuito e imotivado de agressão. Os governos do Equador e da Venezuela têm dado, abertamente, proteção a uma quadrilha de traficantes de cocaína e seqüestradores de vítimas inocentes, que pretende ser reconhecida como uma guerrilha ideológica que luta contra um regime político, por acaso democrático. Se os países da região decidirem isolar política e economicamente a Colômbia, terão dado uma inestimável ajuda aos inimigos da democracia naquele país - e no continente.
O chanceler Celso Amorim, em nome do governo brasileiro, considerou insuficiente o pedido de desculpas encaminhado pelo presidente Álvaro Uribe ao governo equatoriano e sugeriu que seja feito outro, acompanhado do compromisso formal de que não se repetirá a invasão do território do Equador. Hoje, o presidente brasileiro terá a oportunidade de fazer ao presidente Rafael Correa uma exigência igualmente enérgica e justa: a de que o governo equatoriano assuma o compromisso solene de não permitir a instalação de acampamentos e o trânsito de narcoguerrilheiros das Farc em seu território. Se esse tipo de exigência não for feito a Correa e estendido ao caudilho Hugo Chávez - que é quem está fazendo rufar os tambores da guerra -, estará configurada uma falta de isenção que certamente comprometerá os interesses brasileiros na região, no curto e no longo prazos.
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Comentários

Anônimo disse…
Infelizmente o Presidente está levando o Brasil a um final de festa muito triste. A continuar com essa atitude vai nos deixar entre a cruz e a caldeirinha: ou nos lançar nos braços do Foro de São Paulo ou nos braços do imperialismo americano. Acho que estou preferindo o imperialismo do que esses palhaços incompetentes, cocaleiros e corruptos das Banânias da América Latrina.

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