Ficção, pura ficção

Getúlio não faria melhor. Nem Stálin

Sidney Borges
Na semana que passou revi o filme “Uma mente brilhante” que retrata a vida do matemático John Nash, ganhador do premio Nobel em 1994. Nobel de Economia, vale lembrar que o Nobel de Matemática não existe. O criador da láurea tinha razões para não gostar de matemáticos. Sua mulher gostava. Especialmente de um o que acabou prejudicando a categoria. Aquela coisa do Adão ter comido a maçã e eu batucando no teclado em dia de praia. Um dia baterei as botas, é da vida, quando adentrar ao paraíso, ou quem sabe ao inferno, ultimamente estou inadimplente com o dízimo, vou ter uma séria conversa com esse tal de Adão. Será que ele fala português? Não importa, Lula vive ligando para o Bush e nenhum dos dois fala a língua do outro. Apesar de ser autor de trabalhos revolucionários, que tiveram grande influência na área da economia, Nash sofria de um distúrbio compulsivo que o obrigava a buscar padrões em tudo o que o cercava. Bem, eu não tenho uma mente brilhante, meu QI dá apenas para o gasto e fora gostar de paçoquinha, uva-passa e coca-zero, não sofro de transtornos compulsivos. Mas estou começando a enxergar um padrão nas alopradices petistas, será que é demência senil ou a coisa é de verdade? Vamos lá. Recordando um pouco chegaremos aos tempos do comissário Dirceu, o todo-poderoso super ministro da Casa Civil. Dirceu é um homem obstinado, trabalhador, organizado, uma das maiores vocações burocráticas que este país conheceu. Não fosse ele o PT não existiria e Lula jamais teria chegado à presidência. Lula é desorganizado, confuso e prefere viajar a encarar o gabinete, mas é carismático e em política vale a imagem. Juntos formaram uma dupla imbatível. Em certo momento até os micos-leões dourados da Mata Atlântica plena de ONGs juravam que Dirceu sucederia Lula na presidência. Eu também achava, mas sempre há um porém. Tinha uma pedra no meio do caminho, digo tinha um Waldomiro Diniz no meio do caminho. Do caminho de Dirceu. Dirceu hoje é carta fora do baralho, não apita nada, não vai mais fazer sombra para Lula. Sucessor morto, sucessor posto, viva Palófi, digo Palocci. Médico, simpático, jovem, educadíssimo, trabalhador, competente, o Ministro da Fazenda começou a crescer no imaginário popular. Brasileiros gostam de temperança e Palocci poderia perfeitamente ser confundido com um franciscano, vestia as sandálias Armani da humildade e era um verdadeiro peixe ensaboado quando confrontado pela oposição. Eu até imaginei criar um produto que certamente faria sucesso. “Para um penteado elegante use Vaselina Palocci, de múltiplos usos, discrição em seus cabelos.” Tudo levava a crer que o gordinho cicioso seria o sucessor de Lula. Eu também achava, mas, sempre há um porém. Tinha uma pedra no meio do caminho, digo tinha um Francenildo no meio do caminho. Do caminho de Palocci. Palocci hoje é carta fora do baralho, não apita nada, não vai mais fazer sombra para Lula. Sucessor morto, sucessor posto, viva Dilma. Economista, ex-guerrilheira, ex-presa política torturada, conhecida pelos micos-leões da Mata Atlântica plena de ONGs como mulher competente e obstinada. Substituiu Dirceu na Casa Civil e começou a ganhar espaço na mídia, tornando-se com o advento do PAC a provável sucessora de Lula. Quando começaram a falar de Dilma como candidata eu até duvidei, mas ultimamente passei a considerar a possibilidade de uma mulher assumir a presidência do Brasil. Os acontecimentos caminhavam nessa direção até que em certo momento, deu-se o inesperado. Inesperado? Tinha uma pedra no meio do caminho, digo tinha um dossiê no meio do caminho. Do caminho de Dilma. Dilma hoje é carta fora do baralho, não apita nada, não vai mais fazer sombra para Lula. Sucessor morto, sucessor posto, viva o terceiro mandato. Terceiro mandato para Lula. Com a passagem do tempo as células cerebrais perdem o vigor, sinto já não ser o mesmo de outrora, mas sinto também que o filme que acabei de relatar tem um enredo no mínimo intrigante. Há um padrão em curso ou estou ficando louco? Só o tempo dirá.

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