Carta Aberta

Desabafo de uma munícipe

Márcia Bruske
Venho, por meio desta, trazer um pouco do meu desabafo, meu relato como cidadã.
Bem, sou estudante do EJA – Educação de Jovens e Adultos - da Escola Estadual Professora Áurea Moreira Rachou, no Sertão da Quina. Há poucos dias, fomos surpreendidos com uma faixa nos comunicando a construção de uma ponte sobre o rio que corta o Sertão, com pedidos de desculpas pelos transtornos causados pelas obras. Detalhe: a ponte é o único acesso que temos e, por uma infeliz coincidência, as obras foram iniciadas exatamente no dia em que se iniciaram as aulas nas Escolas do Estado. É vergonhosa a situação, pois moramos numa região, aonde informação nunca chega. Nenhum meio de comunicação chega, nem rádio, só as de Caraguatatuba. O que temos em nossa região é uma rádio clandestina, pirata ou comunitária, sei lá. Temos uma Regional Sul, que deveria funcionar como um canal entre comunidade e Prefeitura. Que saudade dos bons tempos em que dona Mia Mafalda administrava a Regional!
Por mais pavorosa que fosse a situação, ela reunia a comunidade, ou no bar do Pedro, ou no restaurante do Carlinhos, do Gaspareto e informava o que ia acontecer. Hoje, o que temos é a falta de diálogo, falta de informação, falta de boa vontade. E eu sei porque. É que povo incomoda. Fala demais, é curioso. Gente informada é ruim, passa a exigir mais e isso parece não ser bom. Mas, faço saber que não somos uma comunidade tão ruim, tampouco calada. Jamais engolirei algo que não passe pela minha garganta e não sou obrigada a dizer amém a tudo.
Não sou contra quem quer que seja. Mas, pergunto ao prefeito, o que é feito do Governo Participativo que tanto se falava na campanha? No jornal “A Cidade” é só bênção. Tudo às mil maravilhas, mas, na prática...
Agora, em relação às obras da ponte, tenho uma sugestão: a previsão para o término da obra é de 30 dias. Então, sugiro que seja colocada uma ponte de desvio, como, por exemplo, aquelas do Exército, senão nossos colegas do Araribá, do Sertão da Quina, muitos idosos, gestantes, vão deixar de estudar no EJA. Não sou oposição. Sou uma cidadã com opinião. Vou fazer valer meus direitos de brasileira, de cidadã e vocês, homens públicos, não se esqueçam que somos uma comunidade aberta a ouvir.

Ubatuba, 26 de fevereiro de 2008
Márcia Bruske
RG: 6.225.606-2

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