Angra 3. Sim ou Não?



NOTA À IMPRENSA

Gloria Alvarez

Ø O “estudo” divulgado hoje (24.03.08) pelo Greenpeace, como sendo produzido pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP é uma cópia de dados e resultados de palestra realizada pela Eletronuclear, neste Instituto, em 12 de dezembro de 2007. Este trabalho, segundo o professor José Goldemberg, não tem a chancela da USP.

Ø Existe, de fato, R$ 1,5 bi de custos já contabilizados desde 1984, incluindo materiais, serviços, custos financeiros, seguros e despesas de preservação, fato esse que nunca foi omitido. Quanto desses custos serão repassados à tarifa é uma questão ainda em aberto, sob análise da Eletrobrás. Se forem considerados apenas os investimentos diretos em materiais e serviços, somente 39% seriam repassados. Evidentemente, a tarifa terá diferentes valores, conforme a decisão final.

Ø Por outro lado, no caso da potência da Usina Angra 3 – dado fundamental para os resultados finais – o valor considerado pelos profissionais que “assinam” o trabalho, foi considerado a menor, porque a potência de Angra 3 terá valor superior ao valor de placa de 1.350 MW.

Ø Quanto à menção do “WORK FEE =US$ 3,00/ MWh (honorários, pagamento, importância cobrada por trabalho de profissional liberal) é sabido que todos os custos, taxa, impostos, tributos etc já constam dos orçamentos de quaisquer projetos que se queira implantar.

Ø A taxa interna de retorno em 10% utilizada para o empreendimento Angra 3 é perfeitamente aceitável e usual em projetos estruturantes de grande porte, quando conduzidos por empresas governamentais. É destituída de base técnica a consideração de que o custo de manutenção anual seja 2% do custo de investimento. Tal valor é informado pela apresentação disponibilizada pela Eletronuclear em dezembro do ano passado na USP.

Ø O relatório considera os juros durante a construção (JDC), cerca de R$ 2,5 bi, como investimento, o que é um equívoco conceitual. O investimentos de R$ 7,2 bi para conclusão é um “overnight cost”, ou seja não engloba os JDC. Esses são considerados, entretanto, no cálculo da tarifa de equilíbrio, evidentemente. A existência de JDC nunca foi “oculta”: tanto é assim que os dados foram obtidos de estudos da própria Eletronuclear.

Ø Ainda sobre a taxa interna de retorno de 10% ser “inferior ao mercado”, cabe informar que o projeto constitui um monopólio da União. Além disso, valores de 12-15%, julgados pelo estudo como “compatíveis com o mercado”, não são, por exemplo, aqueles considerados pela ANEEL para revisão tarifária das concessões, da ordem de pouco mais de 9%.

Gloria Alvarez
Assessora Técnica do Diretor-Presidente da Eletronuclear
Coordenadora da Assessoria de Imprensa

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