Ubatuba em foco

Analisando uma cidade

Sofia Szenczi
Para iniciar a análise de tal cidade, gostaria de ressaltar e contestar, o retorno ao início das civilizações com a política do “Pão e Circo”, aviõezinhos que voam sobre nossas cabeças e nós, cidadãos, literalmente a ver navios!
Ora minha gente, enquanto isso, por descaso, estamos prestes a perder o que poderia ter continuado a ser para nós uma ilustre parceria. E a ver navios, não tão belos como os que atracam em terra caiçara. Somos a juventude que tem em mente, ou tinha, cursar faculdade no seio de sua terra, perto de sua família com um maior apoio. Aí questionaríamos. Isso não é apenas a busca do bem individual? Não, pois esses jovens aqui formados nos trariam mão de obra qualificada, pessoas competentes, dando fim aos “armários municipais”. E tais pessoas com formação em solo caiçara, seriam então prorrogadores de nossa cultura local. Por outro lado, se analisarmos os tempos iniciais da República, para que dar educação formadora e produzir seres pensantes? Se for muito mais fácil ensinar ao povo o que nos é conveniente, então, daremos obras, alimentação, etc. Pasmem minha gente, tudo isso seria pelo povo adquirido se, como base, lhes fosse oferecido formação educacional e profissional.
Mas creio existir em nossa cidade, muitos jovens como eu, em busca de uma ocupação, cursando umas faculdades seis dias semanais, para disputarmos vagas com pessoas que cursam faculdades de um dia por semana, o que em nossa cidade, tem uma em cada canto. E se é tão conveniente apoiar Ead´s por que razão será, estamos perdendo tal Universidade? E os convênios que nos eram de direito?
Curioso, pois no ato de minha matricula constava no painel, desconto de 50% para filhos de funcionários públicos!
Chego a pensar que de tanto conservarmos nossa cultura local, certos convênios andam transformando-se em lendas, mais próximas da lenda da gruta que chora, ou será mais uma das maldições de Cunhambebe?
Meu temor é ser obrigada a dissertar logo mais sobre: A lenda da cidade esquecida!
Para ser mais objetiva, fica muito difícil entender que a UNITAU, para nós e ganho, e nós para eles somos meros complementos?
Li atualmente alguns dos inúmeros feitos da gestão anterior em conjunto com a Unitau, foram muitos, e talvez por birra tivessem fim? Porque não manter tais convênios?
Em minha infância brincava de montar “bloquinhos”, e ao que me parece isso vem sendo feito atualmente, uma cidade não se constrói apenas esteticamente. Porem, mais um navio esta partindo. E ai juventude, quantos mais veremos partir, e ficaremos a beira mar espiando? Quantas vezes mais, assistiremos nossos jovens partindo, para tentar a sorte em terras alheias?
Estamos em 2008, e o bem comum ainda não virou a máxima?
Bem, ainda temos o cinema para os jovens certo?
Que nada, essa barca também já esta para partir!
Mas não se desesperem, são apenas 40 milhas do melhor carnaval do mundo!

Comentários

Mariana Vedder disse…
Texto muito sensato e a preocupação é muito plausível. Já acho absurdo o problema deste país ser tratado como mercadoria, ao invés de se criar vagas de qualidade em universidades públicas, o Estado financia as particulares picaretas. No entanto, mesmo assim, acho interessante termos uma universidade nesta cidade, mesmo que não seja pública (o que seria ainda mais interessante). Estudo na Universidade Federal Fluminense e sou militante do ME de lá. Posso garantir total apoio aos que quiserem travar uma luta para garantir que se mantenha um ambiente minimamente universitário em Ubatuba.
Educação não é mercadoria e não se faz por decreto!
Precisando, é só gritar, estudante bom é estudante unido! Nossa carteirinha não é só para pagar meia no cinema. Vamos honrar nosso título e lutar pela educação no país.

Beijos

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