Educação

Reavaliação do processo educacional: necessidade premente

Nós educadores necessitamos de constante reavaliação de nossas práticas educacionais. Nada melhor que seja após as nossas merecidas férias; após o descanso físico e mental. Agora é a hora de novamente arregaçarmos as mangas e termos a clareza de que o sucesso educacional se dará a partir de nosso preparo intelectual e de nossa consciência de que somos, na “engrenagem” educacional, uma das peças mais importantes. Afinal, é na sala de aula e junto a nós, que o educando estará.
Os resultados das avaliações aplicadas nos alunos brasileiros mostram que há falhas graves no sistema educacional. Além das avaliações governamentais há a avaliação que a sociedade nos faz. Vai desde empresários que reclamam de jovens que ao final do ensino fundamental não conseguem interpretar um simples manual ou efetuar as quatro operações, até pais que não entendem como o filho “passou” sem saber ler ou escrever.
Triste realidade que necessita de reflexão que perpassa desde a responsabilidade da família, à nossa formação e ação pedagógica, até àquela que, para mim, é a fundamental: compromisso político.
Sabemos que há problemas de aprendizagem e também de “ensinagem”. Sabemos que a maioria das famílias dedica pouco tempo aos filhos ou porque precisam trabalhar ou porque acham que a escola deva suprir suas deficiências. Sabemos que a formação dos pedagogos é deficitária. Sabemos que há um descaso maior e, para mim, um dos principais é o das políticas públicas.
Há toda uma “falação” política sobre medidas para acabar com o analfabetismo no Brasil; para a valorização do profissional, para...para.... E vemos cada vez mais analfabetos; cada vez mais profissionais competentes deixando de lecionar e um bolsa-família que é um estímulo ao desemprego dos pais que, na maioria das vezes, o usam em benefício próprio e não do aluno.
Analisarmos o que desqualifica, ano a ano, a educação brasileira além das questões que aponto acima (pois outras há, com certeza), necessitaria outro artigo pois este se tornaria extremamente extenso .
Mas, o que de efetivo deve ser feito para que comecemos a solucionar tais questões e não continuarmos, aos olhos da sociedade, os únicos responsáveis pelo fracasso escolar?
Primeiro a família tem que assumir a responsabilidade pela educação de seus filhos; depois, nós educadores, temos que ter clara a nossa responsabilidade enquanto profissionais da educação e diagnosticar (médicos diagnosticam; pedagogos têm que diagnosticar também) o porquê do aluno não estar aprendendo e, verificarmos se há causas neurológicas, psicológicas ou problemas auditivos ou visuais. Após isso, encaminhá-los aos serviços públicos de saúde (políticas públicas sérias; voltadas para o cidadão e não com desvios de verbas que, muitas vezes, param em bolsos e cuecas corruptas) para que nos auxiliem. É necessário que haja a tríade: família, educação e saúde.
Ao revermos nossas práticas educacionais após as férias, necessitamos de ações urgentes que não dependem apenas de nós, dependem de toda uma inter-relação social e política.
Para todos nós, um feliz recomeçar! Que tenhamos sucesso para que a vida de nossos educandos seja cada vez mais um contínuo olhar em direção ao futuro, com esperança, felicidade e uma constante busca para desvendar o mundo através da leitura e da escrita .

Lourdes Moreira
Professora da Rede Municipal e Estadual de Ubatuba

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