Lear 35 cai sobre casas

‘O piloto foi um herói, desviou do prédio’

John Wellington de Souza, mestre de obras, em depoimento à repórter Tatiana Farah do jornal "O Globo"

"Tinha acabado de passar uma garoa fina. Eu tinha subido no telhado para fazer algumas coisas (de manutenção). Mas eu parei para poder assistir ao avião levantar vôo em Campo de Marte. Não durou uns 30 segundos. Quando ele passou por cima do telhado da casa em que eu estava, ele parou.
Fez um zunido forte, e parou. As turbinas pararam. Ele ia em direção a um prédio aqui perto, mas o piloto foi herói. Porque ele chegou a desviar do prédio. Ele desviou, mas caiu logo em seguida de bico. Caiu em cima da casa.
A explosão não foi forte. Forte mesmo foi o barulho que ele fez antes de parar. Era como se tivesse moído alguma coisa dentro dele. Um ronco bem esquisito.
Eu acompanhei momento a momento, até o momento em que ele caiu em cima da casa. Ele levantou vôo, mas, quando chegou a uma altura, ele parou. O piloto só pôde "jogar" para a direita e caiu de bico. De bico, de bico, totalmente de bico. Ele só explodiu depois que caiu, no ar só tinha fumaça.
Eu estava sozinho no telhado, nem consegui gritar. A explosão não foi tão forte. O pensamento, na hora, foi de tentar ajudar as pessoas que estavam acidentadas. Eu estava a 500 metros de onde o avião caiu, desci e corri para ajudar a socorrer as pessoas da casa.
Estou trabalhando aqui nesta casa (onde fazia a reforma do telhado) há dois meses. Sempre paro para ver algum avião decolar. Nunca imaginei que ia ver uma coisa tão terrível assim.

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