Opinião

Além da imaginação!

O modelo do passado, extremamente restritivo de ocupação, cheio de boas intenções, esqueceu-se do homem. O que sobrou é o que está para quem tiver “olhos” para ver e, entender (é claro!). No modelito esquálido, anorexo, de bom senso e, de base científica esqueceu-se de prever, por exemplo, o crescimento populacional vegetativo e, o migratório. Os que vieram, teriam de ir-se! Também, não crescei, muito menos multiplicai-vos! Esqueceu-se de prever, ou de (pelo menos) pensar que esta crescente população (um dos maiores índices de crescimento populacional do Brasil) precisa de moradias, de saneamento, de serviços públicos, de emprego, de renda de dignidade, garantias constitucionais. Este modelo “apenas de papel” feito nos gabinetes técnicos com ar refrigerando, não levou, muito menos ainda pretende levar em conta a nossa realidade. A falta de aprovação de loteamentos regulamentados, não impediu a ocupação. Ocupação desordenada. Clandestina, muito mais perniciosa para a sociedade e para o homem. Esta ocupação marginaliza as famílias e, liquida o meio ambiente. Na falta de serviços públicos, por exemplo, água encanada, ela se fixa nos mananciais. Na dificuldade do acesso (para o caminhão do lixeiro, do entregador do gás) ela tem fogão à lenha (tirada das Mata) e joga o lixo, junto com o esgoto, nos rios (Vide Cachoeiras do Corcovado, Macacos e de todos os “Sertões” ou nas fétidas e cheias de vetores transmissores de doenças “lixeiras”). Imaginem! Por outro lado, estas restrições, são ainda muito mais perniciosas. Tem afastado todos os investidores e, seus necessários investimentos de toda ordem. No turismo, na construção de hotéis (que trocamos pelas adaptações de “pousadinhas” clandestinas lotadas de ônibus clandestinos (vide canto da Praia Grande Jardim Anchieta) Prédinhos tipo caixa de sapatos que nem mesmo um emprego de zelador proporciona). Com este afastamento, lá se vão, para outras cidades os empregos de qualidade. Os de carteira assinada. Os que proporcionam benefícios garantem renda e sonhos de futuro para esta população tão aviltada de seus direitos de querer e poder oferecer um futuro melhor para seus filhos. Um futuro diferente deste que estas restrições nos apresentam hoje. O que pretendem com estas restrições seus defensores? O que oferecem de futuro para a população? Distribuirão bolsas parque? Casas pop? Porque então não cercam tudo e, vão embora, todos, sem exceção, em nome desta restritiva preservação? Porque apenas alguns devam ser privilegiados? Por que alguns acham que só eles “podem”? Porque se aceitam algumas lixeiras, algumas pousadas, algumas ocupações de áreas publicas, algumas construções, algumas invasões, alguns esgotos vazando em direção ao mar, algumas benesses? Como qualificar os portadores destas mentes que se interessa em ver o homem morrer de fome, contemplando o palmito? Estariam além da imaginação?

Ronaldo Dias

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