Mensalão

Fim de linha

José Dirceu está espumando de raiva, seu sonho de poder vai se desvanecendo em uma nuvem de fumaça que se esgarça no ar. Agora, caro “Comissário-milionário”, o senhor só chega lá através da luta armada, como nos velhos tempos do Molipo. Quem sabe com a ajuda do companheiro Chávez. A ascensão do PT está diretamente ligada ao trabalho burocrático e centralizador de José Dirceu, um obstinado, capaz de mover montanhas em torno da organização do partido. No entanto, no poder, Dirceu se revelou um trapalhão, não conseguiu avaliar até onde poderia ir e subestimou velhas raposas que permanecem eternamente na berlinda, caso do ex-deputado Roberto Jefferson. O governo do PT ia bem, “limpo e imaculado” até o operador de Dirceu, Waldomiro Diniz, aparecer no Jornal Nacional extorquindo um bicheiro. A tradicional desculpa petista do “eu não sabia” pode colar quando se trata do presidente Lula, que de fato sabe pouco. Ninguém acreditou em Dirceu que se livrou por falta de provas, embora o descuido “operacional” tenha deixado uma mancha irremovível no manto petista. Pouco depois começou a caçada ao pato. Por razões que só ele sabe, Dirceu resolveu acabar com Roberto Jefferson, até aquele momento um fiel aliado de Lula. Dirceu não notou que o pato era um mutante, com presas de cascavel cheias de veneno mortal no bico. Por obra do “Comissário” o caso Diniz foi reprisado no JN, apenas o ator mudou. Em cena surgiu um homem de confiança de Jefferson, lotado nos correios, recebendo propina. O restante do caso que abalou o PT e deu próprias e definitivas asas a Lula, desvinculando-o definitivamente dos companheiros, começou nesse momento. Jefferson denunciou o mensalão, que segundo Dirceu não existiu, mas colocou sob a mira da Justiça a “Quadrilha dos Quarenta”, como o grupo foi batizado pelo Procurador Geral da República. Dirceu vai continuar negando, esperneando e tentando, é o seu destino, é a sua vida. Mas temo que seja em vão. Dirceu está acabado.

Sidney Borges

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