Instituto Argonauta

Mamíferos Marinhos

Foca leopardo aparece em praia de Paraty/RJ
Baleias francas em Ubatuba/SP

Uma foca leopardo fêmea (Hydrurga leptonyx) apareceu em 16/08/2007 na Praia de Laranjeiras, município de Paraty/RJ. As equipes de resgate do Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha e do Aquário de Ubatuba, foram chamadas pela Polícia Ambiental que constatou ser o mesmo exemplar que permaneceu por 12 dias no Guarujá, sob os cuidados dos técnicos do GREMAR – Grupo de Resgate de Mamíferos Marinhos, tendo sido liberado no dia 09 de agosto/07, com uma marcação numérica na nadadeira caudal.
O animal, que aparentava estar cansado e debilitado, foi encontrado na areia da praia sendo monitorado pelas equipes do Instituto Argonauta e do Aquário de Ubatuba, com o apoio do IBAMA e dos moradores do Condomínio Laranjeiras.
A foca-leopardo é uma foca que vive na região em torno da Antártida. São predadores e alimentam-se principalmente de pingüins e cefalópodes além de outras focas como a foca caranguejeira. As fêmeas são normalmente maiores que os machos, medindo em torno de 2,4 a 3,6 metros e pesando até 600 kg, enquanto que os machos medem 2,4 a 3,2 metros e pesam até 400 kg.
As focas-leopardo vivem nas águas geladas em torno da Antárctida. No inverno migram para o norte principalmente para as ilhas subantárticas, mas ocasionalmente podem ser vistas na costa sul da Nova Zelândia, Austrália e América do Sul. Os animais são geralmente solitários só se agrupando na estação de acasalamento.
No Brasil, há registros ocasionais dessa espécie na região Sul e Sudeste, sendo que na região de Ubatuba, trata-se da primeira ocorrência de que se tem registro. O deslocamento do animal até nosso litoral pode ter sido causado por movimentos erráticos ou pela predominância de correntes marinhas de sul. Esta espécie alimenta-se quase que exclusivamente de pingüins e peixes, apresentando para isso especial adaptação dos dentes.
O animal retornou à água dia 17/08 às 13h e depois foi avistado nas águas de Trindade, ainda em Paraty. É provável que continue seu deslocamento, portanto é necessário atenção das autoridades, pois esse animal pode subir à praia novamente para descansar. Não deve ser molestado, respeitando a lei de proteção aos mamíferos marinhos, e devem se manter distância e isolamento do animal que pode ser agressivo ao se sentir acuado e conter agentes patogênicos.
Caso o animal seja avistado favor entrar em contato com as autoridades competentes de sua região, como Ibama, Polícia Ambiental ou Defesa Civil.
Além desta, duas baleias francas, mãe e filhote, e uma outra de espécie de baleia ainda não identificada vêm sendo avistadas na região. A mãe e o filhote estão sendo monitoradas desde o dia 09/08/2007, e ambas já passaram pelas praias Vermelha do Norte, Félix, Almada e Picinguaba.
As baleias Francas - Eubalaena australis – são mamíferos marinhos de grande porte, podendo atingir cerca de 17 metros e 60 toneladas. Caracterizam-se por apresentar “verrugas”, formadas por calosidades naturais e nadadeiras peitorais em forma de trapézio. Seu “esguicho”, sopro respiratório, é em forma de V, o que caracteriza a espécie. Podem ficar submersas, em mergulho, por aproximadamente 20 minutos, porém nas áreas de reprodução a freqüência de emersão é maior, assim como o repouso e a movimentação é bem lenta.
Elas são animais muito ameaçados, pois por muito tempo foram consideradas alvos “certos”, ou seja, fáceis de matar. Isso acabou diminuindo, e muito, a área de distribuição deste animal, que poderia ser avistado até no litoral Sudeste do Brasil.
Atualmente a baleia franca tem na região antártica sua área de alimentação, onde passa o período de nov/dez a maio/junho se alimentando preferencialmente de krill. Na América do Sul sua área de reprodução é a região da Península Valdez na Patagônia Argentina e em Santa Catarina região Sul do Brasil.
São raras as avistagens mais ao norte, porém, este aumento no número de ocorrências pode ser um indicativo que esses animais estejam se recuperando, e, desta forma, recuperando sua antiga área de distribuição, já que têm sido observados indivíduos “reocupando” o litoral sudeste e até registros em Abrolhos (feitos pelo Projeto Baleia Jubarte).
São animais lentos, e é comum que as fêmeas fiquem em zonas costeiras de pouca profundidade durante a época reprodutiva, em comportamento de amamentação e cuidado parental.
Em relação a este cuidado, a gestação tem duração em torno de 12 meses, a maturidade sexual ocorre em torno dos 5-6 anos e a primeira cria se dá com 8-9 anos. Nascimento entre junho e dezembro. Os filhotes já nascem com cerca de 5 metros e com aproximadamente 5 toneladas e ganham em torno de 50 kg por dia, nas primeiras semanas. As fêmeas procriam a cada 3 anos. E o filhote passa quase que todo o primeiro ano ao lado da mãe.
O último registro do Aquário de Ubatuba e Instituto Argonauta, de uma mãe com filhote de Franca na região, foi em Agosto de 2003.
O Instituto Argonauta e o Aquário de Ubatuba fazem parte da REMASE - (Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos da Região Sudeste), e vem atuando há 12 anos no monitoramento, resgate e reabilitação de animais aquáticos encontrados entre o litoral norte de São Paulo e Litoral Sul do Rio de Janeiro. Para dar continuidade e otimizar suas ações o Instituto Argonauta vem buscando recursos para a implantação de um Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, tendo enviado recentemente à Petrobrás um projeto para análise e financiamento. O IBAMA apóia a iniciativa do Instituto Argonauta de implantação deste Centro na região. Qualquer pessoa física ou jurídica também pode colaborar através de doações.
Informações acerca da ocorrência de animais marinhos podem ser passadas por telefone ao Instituto Argonauta e ao Aquário de Ubatuba nos telefones (12) 3832-1382, 3832-7491, 3833-4863 ou pelos celulares (11) 7187-3968; (12) 9726-5662; (12) 9149-6041; (11) 8440-1742.

Fonte:Instituto Argonauta e Aquário de Ubatuba

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