Jamais verás

Trezentos anos... No mínimo.

O Brasil é o país do sociologês. O que não falta por aqui são sociólogos dispostos a analisar a conjuntura e dar diagnósticos. Quem sabe se tivéssemos mais inventores e empreendedores certas análises não fossem necessárias. Falta ao país um pouco de pragmatismo. Não é coisa nova, nas décadas de 1840 e 1850 o Sul escravista dos Estados Unidos colaborou estreitamente com o governo do Império, também adepto da mão de obra escrava, opção à qual devemos o atraso social do presente. Felizmente para a humanidade o Norte derrotou o Sul e a escravidão acabou nos Estados Unidos. Caso o Sul tivesse vencido nós provavelmente não teríamos mais a Amazônia, os senhores das terras sulistas já estavam esticando os olhos para a falta de administração que havia por aqui. O que estou afirmando saiu ontem no Estadão e faz parte de um estudo feito nos Estados Unidos por americanos, para americanos e que de passagem menciona o Brasil. Hoje foi a vez de um historiador inglês analisar a dicotomia que envolve favelas miseráveis e vizinhos abastados no Real Parque, região do Morumby, em São Paulo. Talvez em trezentos anos o Brasil consiga se redimir do período escravista e esses paradoxos desapareçam da paisagem. Por enquanto apesar dos “Fome Zero” da vida e da retórica socialista, nada indica que algum tipo de solução esteja a caminho. O mundo avança e o Brasil patina entre discursos e metáforas, ensejando à violência o caldo de cultura ideal para prosperar. Trezentos anos... No mínimo.

Sidney Borges

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