Comunicações

TV pública ou estatal?

Tenho lido muitos artigos, entrevistas e comentários sobre a nova televisão que o governo brasileiro pretende implantar.A partir do próprio ministro Franklin Martins vejo que não existe ainda um planejamento concreto e profissional para essa televisão. Só existe mesmo uma idéia de verba: 350 milhões de reais por ano. No resto, parece estar havendo a maior confusão, vejo um monte de gente dando palpites – inclusive eu – e ao mesmo tempo o silêncio de quem deveria estar presente: os Ministérios da Cultura e da Educação.Na última reunião do Conselho da ABI – Associação Brasileira de Imprensa – se discutiu o assunto TV Pública. O presidente da ABI, jornalista Maurício Azedo, levantou um ponto interessante: - “Qual a diferença que o governo brasileiro está estabelecendo entre público e estatal?”Na verdade, as televisões estatais são as emissoras sustentadas diretamente pelos governos, seja o federal ou o estadual. Por exemplo: a TV Nacional de Brasília e a TVE do Rio pertencem ao governo federal. Já a TV Cultura de São Paulo é sustentada pelo governo paulista. A TVE do Rio Grande do Sul é do governo gaúcho. E assim por diante.As televisões universitárias são sustentadas pelas universidades. As emissoras legislativas tem sua operação financiada pelas Assembléias, como é o caso da TV Senado, TV Câmara, Assembléias estaduais e Câmaras de Vereadores. Ainda existem as televisões comunitárias.Como podemos ver já existe no Brasil uma enorme malha de emissoras, tanto estatais como públicas. Todas elas com baixo índice de audiência, sem nenhuma influência na formação cultural do nosso povo.Na minha opinião o que o governo tem que fazer é um bom planejamento, uma forma de armar um verdadeiro condomínio, dando espaço a todas essas emissoras e, com isso, buscar um público, um brasileiro, que precisa de maior acesso á educação e á informação cultural. Abrir uma estrada diferente da TV comercial, tão preocupada com o Ibope e o lucro.Se ela conseguir encontrar o seu caminho e o seu público poderá, inclusive ter audiência. A TVE do Rio, por exemplo, já chegou a ficar em segundo lugar no Rio de Janeiro, mas isso faz tempo. Hoje é difícel ela chegar a 1%. O importante é o povo perceber que é uma televisão de qualidade e, ao mesmo tempo, de utilidade pública. Uma TV dinâmica, com rítmo.É necessário que o ministro monte uma equipe formada por verdadeiros profissionais de televisão, por organizações públicas como a ABI e a OAB, pelos Ministérios da Educação e da Cultura, por gente interessada em construir uma TV forte e sempre a serviço do nosso povo.

Fernando Barbosa Lima

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