Ainda a tragédia

Palavras ao vento

Depois que o Jornal Nacional noticiou o defeito no reversor do Airbus, a TAM e as autoridades competentes (competentes?) e o raio que o parta afirmaram que o avião poderia ter pousado normalmente. Tenho uma idéia, que tal colocar essa gente num Airbus nas mesmas condições, com o reversor travado e experimentar um pouso em Congonhas com a pista molhada. Pimenta no fiofó dos outros não arde, não é mesmo? O fato é que o avião não conseguiu pousar e isso não foi obra do acaso, o acidente aconteceu porque uma série de erros foram sendo acumulados até dar no que deu. Fico imaginando o que deve ter passado na cabeça do piloto, que em condições humanas de trabalho poderia ter optado por Viracopos ou Guarulhos, preservando a própria vida e a dos passageiros. Pista curta, escorregadia e molhada, avião pesado, no limite operacional e, de quebra, defeito no reversor. Eu não queria estar naquela cadeira. Aí entra a política de RH da empresa. Se o piloto pousasse em outro aeroporto seria enxovalhado pelo transtorno aos passageiros e pelo prejuízo à empresa. Caso tivesse optado pela segurança é bastante provável que fosse punido. Talvez demitido. A propósito preparem-se para ver as acrobacias retóricas que serão feitas para culpar os pilotos. Eles são o elo fraco da cadeia de iniqüidade que cercou o trágico evento, fruto de um país onde a estupidez parece ter se instalado para sempre. O que dizer do gesto do assessor da presidência?

Sidney Borges

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