Editorial

Cotidiano recorrente

Junho deu às de Vila-Diogo, quer dizer, partiu, foi-se, ou foice como escrevem os bacharéis da novilíngua. Tenho falado pouco de acontecimentos locais, em breve isso mudará, fontes me dão conta de que vai começar uma nova caça ao pato. Dizem que desta vez o pato não será o habitual, há outro na berlinda. Vai chover chumbo, tantos serão os disparos para o alto. Aliás, uma curiosidade, o chumbo de caça tem de ser esférico, caso a forma não seja perfeita o tiro será impreciso, não chegando, claro, a sair pela culatra. Falta de pontaria é comum em nossas plagas austrais, há quem mire no gato e acerte o peixe, o presidente Kirchner é um exemplo. Eis-me à deriva em divagação, provavelmente pelo impacto das declarações do novo prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, tão lúcido que me fez sentir simpatias pelo Boca. Fiquei extasiado ao ver fotos do senador Joaquim Roriz rezando na catedral de Brasília. No Brasil os políticos são intocáveis, tem foro privilegiado, ou melhor, privilegiadíssimo, são julgados em um tribunal que nunca condenou, o que deve ser inédito no mundo, quiçá em outros mundos, caso existam. Quanto às leis divinas, a coisa é mais complicada, nos tribunais celestes não existem casuísmos, os julgamentos são baseados em fatos e, como todos sabem, contra fatos não há argumentos. Os arapongas divinos, com o devido respeito, sabem de tudo, vêem tudo, ouvem tudo e são incorruptíveis. No julgamento final está estabelecido que quem deve paga. Se eu fosse o Senador, que acredita na continuidade da existência, começaria a comprar roupas de amianto. Em futuro não distante ele terá assento privilegiado num lugar tão quente quanto a superfície do Sol. Para toda a eternidade. Na terça-feira começam os Jogos Regionais. É grande a torcida para que tudo dê certo. Ubatuba está precisando.

Sidney Borges

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