Editorial

A dengue e suas conseqüências

Não posso deixar de comentar a pesquisa que será feita para avaliar os estragos da dengue. Qual foi, ou melhor, qual está sendo o impacto da epidemia no faturamento da cidade? Pensando bem é uma pergunta nada difícil e que não necessita de critérios científicos para ser respondida. Antes de o resultado ser divulgado eu afirmo sem medo de errar que o impacto foi grande e nada mudará essa realidade. Ubatuba está sendo vítima das circunstâncias. A dengue faz parte da herança expiatória da nação. O Aedes aegypti aportou em nossa terra transportado por navios negreiros, de contrabando, junto ao sofrimento dos africanos. Na “Capital do Surf”, a praga explodiu no verão. Algum turista chegou infectado e a epidemia se desencadeou. O calor excessivo e a falta de cuidados preventivos fizeram o resto. A Prefeitura não pode ser totalmente responsabilizada, fez o que sempre foi feito. É bom lembrar que em anos anteriores não tivemos dengue e as cidades vizinhas tiveram. O problema é nacional e só será resolvido quando passar de crônico a agudo e colocar em risco os mandatos dos poderosos do momento. Infelizmente Ubatuba depende do afluxo de visitantes, que ao ler e ver, em órgãos de imprensa, notícias da epidemia, procuraram outros destinos. Isso poderia ter sido atenuado com criatividade. Eu disse atenuado, pois a imaginação das pessoas é fortemente influenciada pela mídia televisiva. O fato é que a dependência de uma única fonte de renda sempre foi e sempre será uma temeridade. Até hoje Ubatuba não descobriu outra vocação diferente do Turismo, que mesmo assim é explorado a vinte por cento de potência. Isso é de fato um problema.


Sidney Borges

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