Pensata

No fio da navalha

Ainda não estão totalmente claros a dimensão e o alcance da chamada Operação Navalha, mas já é certo que se trata de coisa grande. Entre os implicados contam-se governadores, ex-governador, filho de governador, ex-ministro de Estado, políticos de diversos calibres, amigos, assessores de políticos de diversos calibres e o indefectível setor privado, na forma de empreiteiras como a Gautama.
A desfaçatez com que o esquema operava é típica de grupos que se sentem ao abrigo da lei. Eu julgara já ter visto quase tudo em matéria de corrupção: fraude em processos licitatórios, aditamentos suspeitos, superfaturamento e até obras fictícias, que jamais saíam do papel, mas eram integralmente pagas, proporcionando um "lucro" de 100% para seus "engenheiros". Essa quadrilha, entretanto, conforme relata a Polícia Federal, conseguiu ir além, ao "realizar" empreendimentos-fantasma em cidades que não existiam. Essa eu só tinha visto em piadas, cuja graça residia naquilo que se supunha ser uma inverossimilhança absoluta. As atividades desse sindicato do crime não conspiram apenas contra as burras públicas, mas, ao estragar o que era uma boa anedota, também contra o humor, o que é um crime imperdoável.
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